Por SELES NAFES
O jovem que confessou ter atirado na cabeça da própria companheira, no município de Porto Grande, teve a prisão flagrante transformada em preventiva durante audiência de custódia ontem (29). A juíza Laura Costeira, da Vara Única de Porto Grande, avaliou que liberar o acusado seria incentivar casos parecidos de feminicídio.
Geovane do Carmo da Cruz, de 22 anos, se apresentou espontaneamente na delegacia de Porto Grande, na noite de quarta-feira (28), horas depois de moradores encontrarem o corpo da companheira dele, Adriely Duarte, de 20 anos.
Em depoimento na delegacia, ele disse que atirou durante uma brincadeira que costumava ter com a jovem. Num vídeo gravado na DP ao lado do advogado, ele confessa o crime e pede que as pessoas acreditem nele. No entanto, peritos informaram ao delegado Bruno Braz, que apura o caso, que a posição do corpo pode indicar que a vítima estava de joelhos quando recebeu o tiro.
A magistrada considerou que a prisão flagrante estava correta, que a preventiva se faz necessária para a própria segurança de Geovane.
“A gravidade da infração e a indignação social, por ora, justificam a decretação da medida extrema. Inclusive, se faz necessário como segurança para o próprio autor, porque cometeu um crime grave contra sua companheira, o que é altamente repudiado pela sociedade, e cobrado da justiça, inclusive a nível de CNJ (Conselho Nacional de Justiça), celeridade e efetividade do combate a tais crimes”, justificou a juíza.
O casal tinha se conhecido há cerca de 4 meses, e há 2 meses vivia numa cabana às margens do rio Araguari, na altura do KM-117 da BR-210, município de Porto Grande. A cidade fica a 105 km de Macapá.