Por SELES NAFES
Uma jovem de 20 anos foi morta com um tiro na cabeça, no município de Porto Grande, cidade a 105 km de Macapá, na tarde desta quarta-feira (28). O companheiro dela foi preso em flagrante, e alegou que o tiro foi acidental.
Tratado como feminicídio consumado, o crime ocorreu por volta das 16h, numa cabana onde o casal vivia sozinho às margens do rio Araguari, próximo ao KM-117 da BR-210, na zona rural de Porto Grande.
Adriely Alves Duarte foi encontrada já morta com um tiro. No chão estava a arma do crime, uma espingarda. Imediatamente, policiais civis e militares de Porto Grande iniciaram buscas pelo companheiro dela, Geovane do Carmo Cruz, de 22 anos, o principal suspeito.
À noite, ele se apresentou na Delegacia de Polícia de Porto Grande, acompanhado de um advogado, mas acabou sendo preso em flagrante. Em depoimento, ele alegou que não teve a intenção de matar a esposa.
“Ele disse que foi acidental, e que o casal tinha a mania de brincar (com a arma de fogo). (…) Ignorou se a arma estava carregada ou não, apontou na cabeça dela e apertou o gatilho, esperando, segundo ele, que não sairia munição”, relatou o delegado Bruno Braz, que investiga o caso.
No entanto, elementos levantados por peritos da Polícia Técnico-Científica na cena do crime apontam para outro cenário.
“A perícia apontou que ela teria sido baleada de joelhos, segundo a posição em que foi encontrada. Segundo o suspeito, ela foi baleada de muito próximo, e com o impacto teria ficado naquela posição que foi encontrada, dando a impressão de que foi baleada de joelhos”, comentou Braz.
Ao lado do advogado, Geovane também gravou um vídeo na delegacia onde dá sua versão do crime, alegando que tudo não passou de uma tragédia.
“Eu não sou um monstro. Vou ser absolvido, se Deus quiser. (….) Podem perguntar para as nossas vizinhas. Apontei na direção dela e disparou sem ter a intenção de matar. Pensei que estava descarregada”, disse.
Depois do tiro, o companheiro relatou que correu para a casa da vizinha, onde relatou que tinha ocorrido uma tragédia.
“Eu poderia ter fugido e aparecido só 24 horas (após o crime), depois do flagrante. Agradeço as pessoas que acreditam em mim”, comentou.
Geovane do Carmo foi encaminhado para a audiência de custódia, que decidirá se aguardará julgamento preso ou em liberdade. Ele já tinha uma passagem por roubo quando era menor de idade.
O casal se conheceu havia quatro meses, e estava morando há apenas dois meses na cabana onde o crime aconteceu.