Por GESIEL OLIVEIRA
O que nos leva a escolher uma vida morna, rotineira, inerte e só de sonhos, desprovida de ações, conquistas e de busca pela felicidade?
A resposta está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços sem sentimentos, na indiferença do “Bom dia” automático, quase que sussurrados, nas chances que cessam uma a uma frente à correria diária de uma vida estagnada pela acomodação do agora.
Falta coragem e sobra medo até pra ser feliz. O sonho fica para trás, as oportunidades passam sem que haja uma ação, o sonho se reduz à vontade inerte, a uma pretensão natimorta. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, entre o medo e a possibilidade, entre a derrota e vitória, mas não o são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris surgiria em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que a “fé mova montanhas”, pois sozinha nada pode. A fé deve estar sempre ao lado da iniciativa e persistência.
Nem que todas as estrelas estejam ao alcance, sem esses três elementos, continuaremos só a observar, e a desejar.
Optar pela antecipada derrota da inércia, à dúvida da conquista, é desperdiçar a chance de uma possibilidade. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Uma luta cujo fim é o instantâneo da inércia, não é luta, é medo. Não deixe que a saudade o sufoque, que a rotina o acomode, que o medo o impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em seus ideais. Gaste mais tempo realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando.
Com o tempo você vai percebendo que para ser feliz com outra pessoa, você não precisa buscar um relacionamento perfeito, mas fazer o seu relacionamento o mais perfeito possível.
Para ser feliz no seu relacionamento, você tem a tarefa de primeiro buscar a felicidade de quem pode te trazer a felicidade. Com a vida você percebe que nem sempre quem você ajudou te ajudará, que no teu sufoco, a mão estendida será a que menos você esperava, e que não podemos mudar nossa natureza, simplesmente por raiva da má natureza do próximo.
Perceba também que aquela pessoa que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher da sua vida. Você aprende a gostar de você mesmo (a), e a valoriza-se, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você.
Constata que a maior beleza que carregamos não é a física, mas sim a da alma e do espirito. O segredo é não correr atrás das borboletas e sim esperá-las com paciência, cuidando do jardim, para que elas venham até você.
No final das contas, você vai encontrar não quem você sempre procurou, mas quem sempre procurou você.