Por RODRIGO ÍNDIO
A facção criminosa mais violenta e perigosa do Amapá e que atua organizadamente dentro e fora das cadeias do Estado recebeu um duro golpe nesta quinta-feira (15) das Forças de Segurança Pública, em uma megaoperação coordenada pelo Ministério Público Estadual.
A ação policial iniciou nas primeiras horas da manhã, quando 200 policiais, entre civis e militares, saíram às ruas da capital e em duas cidades do interior para cumprir 64 ordens judiciais, 27 de prisão e 37 de busca e apreensão contra membros da facção.
Até as 13h, um total de 20 criminosos haviam sido presos e levados à sede do MP, no Centro de Macapá. Armas e uma grande quantidade de drogas foram apreendidas. Dezenas de objetos, entre joias, celulares, computadores e outros eletroeletrônicos – provavelmente oriundos dos roubos praticados pela organização – também foram encontrados pelos agentes de Segurança Pública.
De acordo com a promotora Andréa Guedes, coordenadora do Núcleo de Inteligência do Ministério Público (NIMP), a investigação iniciou com a apreensão de um celular no município de Santana, há dois meses. A partir das informações contidas no aparelho telefônico foi possível conhecer o nível de organização da facção e suas ramificações pelos municípios do Estado.
A promotora revelou que existe a possibilidade de um pedido da Justiça para transferência dos líderes presos para presídios federais fora do Amapá. A medida seria para desarticular de forma mais consistente a facção no Amapá. Conforme a promotora, o grupo é articulado e promovia ações criminosas concentradas nos municípios de Macapá e Santana, com extensão em Porto Grande, a 102 km da capital.
A organização criminosa atingida também seria ligada a outra facção de fora do Amapá e com abrangência nacional. Por isso a operação ocorreu simultaneamente em outros oito estados da federação: Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Rio de Janeiro.
Durante a investigação, o MP conseguiu identificar os líderes e conhecer o funcionamento da organização criminosa, desde a hierarquia até os crimes praticados.
“Nós identificamos mandantes, intermediários, que são os responsáveis por encaminhar as ordens, e os executores, que são os mais subalternos e que cumprem as ordens, ou seja, praticam as ações fins da facção, que praticava crimes de todos os tipos de violência: homicídios, latrocínios, roubos, furtos, e, principalmente, tráfico de drogas”, ressaltou a promotora.
Segundo ela, a maioria dos líderes já estava presa. Eles comandavam as ações criminosas de dentro do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), onde 10 mandados de prisão foram cumpridos e os mandantes de crimes foram levados para prestar depoimento aos promotores que conduzem as investigações. A operação ainda está em andamento.
Foto de capa: MP-AP/divulgação