Por SELES NAFES
O presidente do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal, o governador do Amapá Waldez Góes (PDT), divulgou nota neste domingo (18) onde afirma que os governadores da Amazônia decidiram ‘dialogar diretamente com os países doadores do Fundo Amazônia.
A decisão é uma resposta à crise criada pelo presidente Jair Bolsonaro com os principais financiadores do fundo, a Alemanha e a Noruega. Depois que os dois países criticaram o aumento do desmatamento da Amazônia, Bolsonaro disse que os países podem ficar com a “grana deles. O Brasil não precisa desse dinheiro”.
Só a Noruega deixou de repassar R$ 139 milhões. O fundo foi criado em 2008 para financiar a fiscalização e projetos econômicos sustentáveis, e hoje tem em caixa cerca de R$ 3 bilhões.
Na nota, que repercutiu em toda a imprensa nacional e internacional, o presidente diz que o bloco “lamenta que as posições do governo Brasileiro tenham provocado a suspensão dos recursos. Nós, governadores da Amazônia Legal, somos defensores incondicionais do Fundo Amazônia”.
Waldez diz que o presidente já foi informado oficialmente que os estados iniciaram tratativas com os dois países.
Os governadores também querem que o Fundo Amaz
ônia passe a ser gerido pelo Banco da Amazônia, entidade com representações em todos os estados da região.
“O Governo Federal sinalizou positivamente para uma agenda com os governadores dos Estados membros do Consórcio de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal para tratar do Fundo Amazônia e outros temas relacionadas a política de Meio Ambiente”.
Leia a nota na íntegra
Sobre a suspensão dos recursos da Alemanha e Noruega para o Fundo Amazônia, o Govenador do Amapá, Waldez Góes, na condição de presidente do Consócio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal, esclarece que:
1 – O bloco amazônico lamenta que as posições do governo Brasileiro tenham provocado a suspensão dos recursos. Nós, governadores da Amazônia Legal, somos defensores incondicionais do Fundo Amazônia.
2 – Já informamos oficialmente ao Presidente da República, e às Embaixadas da Noruega, Alemanha e França, através de audiência e durante o Fórum em Palmas, que o Consócio Interestadual de Desenvolvimento da Amazônia Legal estará dialogando diretamente com os países financiadores do Fundo.
3 – No Planejamento Estratégico do Consórcio temos compromisso integral com Desenvolvimento Sustentável. Somos radicalmente contra qualquer prática ilegal de atividades econômicas na região. No âmbito de nossas atuações estamos firmes e vigilantes no combate e punição aos que querem atuar fora da lei. Por isso, estamos cobrando do Governo Federal o combate e a punição das atividades ilegais.
4 – Os governantes do bloco amazônico desejam participar diretamente das decisões para reformulação das regras do Fundo Amazônia, que estão sendo feitas pelo BNDES. Queremos, ainda, que o Banco da Amazônia passe a ser o gestor financeiro do Fundo, em razão da proximidade da instituição financeira com os Estados, já que o Banco da Amazônia possui sede em todas as unidades do bloco.
5 – O Governo Federal sinalizou positivamente para uma agenda com os governadores dos Estados membros do Consórcio de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal para tratar do Fundo Amazônia e outros temas relacionadas a política de Meio Ambiente.