“Pedem tolerância, mas são intolerantes”, diz professor ao desativar redes sociais

Com milhares de seguidores, o professor, pastor e militante Gesiel Oliveira se diz cansado de ataques de uma minoria, e adiantou que vai cuidar da família
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Por SELES NAFES

O professor de Direito e pastor evangélico Gesiel Oliveira, uma das lideranças da chamada “nova” direita no Amapá, cansou de ser alvo de ataques nas redes sociais. Seguido por cerca de 28 mil pessoas no Twitter e Facebook, com postagens amplamente compartilhadas, Gesiel diz que vai voltar às suas origens, e decidiu que irá desativar sua conta em todas as redes sociais.

“Fui criado sem a internet”, lembra, numa carta postada neste sábado (10), onde anuncia que irá desativar todas as suas contas em redes sociais. 

Nem o blog, com mais 150 mil visualizações por mês, vai escapar da desativação. No Youtube os vídeos somam mais de 200 mil views, no total, e a conta também será extinta.

Apesar das ofensas partirem de uma minoria, ele diz que o espaço virtual ficou tóxico, e que é atacado até quando dá um bom dia, ou publica uma poesia.

“As pessoas falam de tolerância, e são intolerantes”, define.

O gesto repete de outro sacerdote mais famoso, o padre Fábio de Melo, que ontem (9) anunciou sua saída do Twitter, onde tinha mais de 7 milhões de seguidores.

Gesiel diz que vai dar continuidade no trabalho missionário. Foto: Arquivo pessoal

Abaixo, Gesiel Oliveira explica sua saída.

Meus nobres amigos (as) e seguidores, estou passando aqui para me despedir de vocês, pelo menos no âmbito do espaço virtual. Achei que em respeito a todos vocês deveria primeiramente me explicar antes de agir, pois há milhares de pessoas que me acompanham todos os dias quando faço minhas publicações sobre poesias, crônicas, ações sociais e missionárias em áreas ribeirinhas e tribos indígenas, minhas fotos com minha esposa e filhinhos, etc.

Mas de um tempo para cá, as redes sociais viraram um ambiente muito carregado dessa bipolaridade política intoxicante. As redes sociais viraram um espaço sem regras, sem leis, de ataques sórdidos gratuitos, onde viramos alvos de “haters” que passam a nos perseguir, não necessariamente pelo que falamos ou opinamos, mas pela nossa própria existência.

Falam de tolerância, mas são intolerantes. Acham que somos seres celestiais e em tudo nos criticam. Nas redes sociais encontramos gente boa e gente ruim. As ruins são poucas, mas são as que mais postam e atacam.

Então, quando se chega a esse nível, tudo o que se posta, seja desejando um bom dia, seja com uma mensagem de edificação, seja postando uma foto de momentos felizes com nossos filhos, tudo vira motivo para que essas pessoas nos atacarem, gratuitamente, sem necessidade, destilando uma fúria desequilibrada e incompreensível.

…e cuidar da família, que também vinha sendo atacada

Vou me desvencilhar do âmbito virtual e me focar mais em minha vida de missionário em regiões ribeirinhas, em meus projetos sociais como o “Valorizando Vidas”, que eu coordeno há 7 anos em adolescentes e jovens em escolas e logradouros públicos, que visa dar apoio a pessoas com depressão e propensas ao suicídio.

Vou dar mais atenção aos nossos projetos missionários em áreas carentes e regiões ribeirinhas. Vou dar mais atenção a minha família, que é o que Deus tem me dado de mais importante, mas até minha família vem sendo atacada.

Eles não respeitam ninguém. Vim de uma época que viveu sem Internet. Estou voltando às minhas origens. Esse ambiente virtual ficou muito tóxico. Nesse ambiente, qualquer um fala, ataca, injuria, calunia, difama e faz o que quer sem que nada seja feito na maioria das vezes.

O ambiente tangível, o mundo real, que passo agora a me dedicar mais, é menos cruel e mais empático por incrível que pareça, porque detrás de um teclado as pessoas são mais corajosas e desrespeitosas.

A Internet, infelizmente, está aproximando quem está longe e afastando quem está perto de nós. E quando o exagero tenta desequilibrar a nossa vida, um alerta feito pelo Apóstolo Paulo, há mais de 2 mil anos, continua vivo: 1ª Coríntios 6.12: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas em convém. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas”.

Guardo agora meus textos, artigos, poesias e crônicas para projeto de publicação futura de alguns livros. Vou focar e ficar mais no real e deixar de preocupar tanto com o virtual. 

Despeço-me de vocês que por aqui ficam, desejando a todos vocês mais compreensão, amor, felicidade e tolerância. Jesus vos ama! Nossas orações irão vos alcançar onde vocês estiverem.

Seles Nafes
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