Alta de mortes violentas no Amapá é reflexo da migração de facções, diz Sejusp

Segundo o estudo, número de mortes violentas cresceu à taxa de 6,4% em 2018. O Governo do Estado do Amapá (GEA) afirma que em 2019 este índice caiu em 20%.
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

O relatório divulgado esta semana pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (Fbsp) apontou crescimento de 6,4% da violência no Amapá em 2018. O estudo, denominado Anuário Brasileiro de Segurança Pública, está na sua 13ª edição.

Segundo a pesquisa, o número de mortes violentas caiu 10,4% no Brasil entre 2017 e 2018. Entretanto, o Amapá e outros três Estados da Região Norte tiveram crescimento. Conforme o Anuário, 57.341 pessoas foram assassinadas no ano de 2018 no Brasil.

Além do Amapá, Tocantins, Pará e Roraima tiveram altas registradas, enquanto que todos os estados do Nordeste, Centroeste, Sul e Sudeste tiveram reduções significativas.

Taxa de mortes violentas aumentou em 6,4% em 2018, em relação a 2017. Foto: Arquivo/SN

Estes dados são do período da gestão do ex-presidente Michel Temer, e podem mostrar coerência com os dados divulgados pelo Ministério da Justiça sobre 2019, que apontam uma queda de 21,2% no número de homicídios no primeiro semestre deste ano.

Para o estudo, ‘morte violenta’ é aquela originada de homicídios, latrocínios, feminicídios e lesão corporal seguida de morte.

Amapá

O secretário de Justiça e Segurança Pública do Amapá, Carlos Souza – coronel reformado da Polícia Militar amapaense – não contesta os números, mas apresenta dados atualizados da pasta que apontam redução do número de mortes violentas em praticamente todos os meses de 2019.

De acordo com o secretário, de janeiro a setembro, houve redução de 20% nas mortes violentas no Amapá em comparação a igual período de 2018. Ele também evidenciou que, de acordo com o próprio histórico do Anuário, a variação no número de mortes intencionais do Amapá só tem caído: de 52,1% para 9,4% de 2016 para 2017, e diminuiu para os atuais 6,4 em 2018.

Carlos Souza, secretário de segurança do Amapá. Foto: Marco Antônio P. Costa/SN

“2018 foi o ano da maior migração das organizações criminosas nacionais para os estados do Nordeste e do Norte do Brasil, esse é um fator. Sofremos muito com essa acomodação do crime. Hoje temos sete facções criminosas atuando no estado do Amapá, três nacionais e quatro locais. Essas fações querem lucro, dinheiro e, por isso, disputam territórios e intimidam rivais. Além disso, roubam, e, em decorrência disso, as mortes violentas aumentaram”, afirmou o secretário.

Outro ponto levantado por ele é que as ações de inovação, inteligência e de equipamentos das forças de segurança do estado que estão sendo realizadas desde 2018, serão sentidas em 2019 e 2020, segundo afirma o secretário.

“A implementação dos investimentos na segurança pública vão ser sentidos agora. Tínhamos os recursos, mas ainda não estavam licitados. Será em 2019 e 2020 que conseguiremos colocar toda a aplicação desses recursos. Entregamos 63 viaturas, vamos entregar mais 30, temos obras, chegou o avião, tem a integração de rádio digital. Passamos um período difícil de escassez de pessoal. Os concursos foram fundamentais, temos cursos de formação em andamento, tivemos concurso da polícia civil, vamos chamar agora no Iapen, então olha a parte de pessoal também vai melhorar, por isso em 2019 já estamos diminuindo e vamos trabalhar para em 2020 diminuirmos mais ainda”.

Foto de capa: Olho de Boto/SN

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