Por SELES NAFES
O vereador de Macapá, Yuri Pelaes (MDB), está sendo acusado pelo Ministério Público do Amapá de ter usado notas fiscais frias para receber, em valores corrigidos, cerca de R$ 63 mil. Os pagamentos saíram da verba indenizatória da Câmara Municipal, e foram investigados na Operação Nota Fria.
A denúncia, assinada pelo promotor Afonso Guimarães, foi protocolada nesta sexta-feira (27), e está tramitando na 4ª Vara Criminal. O MP pede a condenação do vereador, um ex-assessor da presidência, uma servidora e um empresário.
De acordo com a denúncia, entre junho de 2017 e janeiro de 2018, o vereador solicitou à direção da Câmara o ressarcimento de R$ 47,8 mil, o que em valores atualizados corresponde a mais de R$ 63,8 mil.
Durante sete meses, foram emitidas oito notas fiscais pela empresa R.R. Quaresma para o fornecimento de materiais de expediente do gabinete do vereador, como canetas, toner e papel. Três notas tinham compras de quase R$ 8 mil, cada.
Delação premiada
Em depoimento num acordo de delação premiada, o empresário Raphael Quaresma admitiu que nenhum dos produtos foi entregue, e que as notas fiscais foram emitidas a pedido de um assessor do então presidente da Casa, Acácio Favacho (Pros), atual deputado federal.
Acácio está citado em outra denúncia também na 4ª Vara Criminal. Para ele, segundo depoimento do empresário, pelo menos 10 notas fiscais foram emitidas.
Na denúncia contra Yuri Pelaes, o MP pede a condenação dele e das outras três pessoas pelos crimes de peculato, organização criminosa e falsidade ideológica. No caso do vereador, ele teria cometido os crimes de peculato e falsidade oito vezes.
A Operação Nota Fria foi deflagrada no dia 3 de junho deste ano, numa investigação do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público. Além de Yuri Pelaes e Acácio Favacho, outros vereadores tiveram documentos apreendidos e estão sendo investigados.
O Portal SN tenta contato com os dois parlamentares.