Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
Um grupo de 25 populares e sem-teto começou uma ocupação nas antigas instalações do Matadouro Municipal da Fazendinha, distrito localizado a 14 km do Centro de Macapá.
Os moradores da região cobram da Prefeitura Municipal de Macapá (PMM) alguma destinação para o imóvel, que está desativado desde 2009. O prédio está desabando. Além disso, matagal e lixo são a atual composição do terreno abandonado.
O início da ocupação estava se organizando. Uma parte das pessoas estava construindo a estrutura de um barraco. Crianças aguardavam embaixo das sombras, uma equipe capinava o local e outra cozinhava o feijão.
“Todas as famílias que estão aqui, querem um amparo, um pedaço de terra pra gente morar. Esse matadouro só serve atualmente para usarem droga. Nesse buraco já até acharam um defunto, desova de cadáver. Então, a gente queria que o prefeito se mobilizasse com a gente para fazer alguma coisa”, declarou o autônomo Silvio Nobre, de 37 anos.
Uma equipe de fiscalização ostensiva da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (Semduh) chegou ao local enquanto o portal SelesNafes.com conversava com os manifestantes.
“Recebemos uma chamada e viemos constatar que está ocorrendo o início de uma ocupação. Conversamos com eles, ouvimos o que estão pedindo, limpeza da área, iluminação e que projeto vai ser feito. O secretário Luís Otávio confirmou que as máquinas da Semob e a equipe da Macapá Luz virão. Estamos aqui para manter a ordem, para que eles não façam moradias. Se precisar usar a força, vamos usar. Vamos ficar aqui essas próximas 48 horas”, afirmou o fiscal de postura do município, Nelson Ribeiro.
Quem já é morador da Fazendinha, conta com saudosismo como o distrito se formou em torno do antigo empreendimento.
Seu Manoel Rodrigues, de 60 anos, vê com tristeza que o prédio sirva de esconderijo bandidos. Ele reclama, dentre outras coisas, que a Polícia Militar consegue chegar até a entrada do antigo matadouro, mas que lá é o lugar ideal para a fuga de meliantes.
“A gente quer que o prefeito tome uma decisão. Venha limpar, venha fazer alguma coisa, senão a gente vai fazer por nossa conta e dar o lugar para as pessoas que não têm casa”, avisou Manoel Rodrigues.
Após alguma tensão com a chegada das equipes de fiscalização, ficou firmado entre a equipe da PMM e os manifestantes que não seriam construídos novos barracos. Contudo, os ocupantes só deixarão o local quando a PMM iniciar os serviços de limpeza, iluminação e apresente alternativas para a área.