Por RODRIGO INDINHO
O conhecido jornalista Ery Santos faleceu na manhã desta segunda-feira (9), no Hospital de Emergência de Macapá. Segundo informações colhidas na casa de saúde, ele era diabético e morreu de problema renal, no corredor da unidade.
Conhecido no Amapá como o ‘Repórter da Folha da Curicaca’, aos 60 anos Ery sofria com problemas de hipertensão. Ele já havia passado por uma grave crise no mês de julho, quando ficou vários dias internado no mesmo hospital.
Na ocasião, a notícia da sua internação se espalhou pelas redes sociais e colegas de profissão se mobilizaram para auxiliá-lo. Recebeu inúmeras visitas até ter alta médica. Contudo, neste domingo (8), o jornalista voltou a sofrer fortes dores renais e foi mais uma vez internado.
A direção do HE ainda não se posicionou sobre o falecimento. No hospital, amigos, vizinhos e alguns jornalistas estão se mobilizando para a liberação do corpo, já que Ery Santos não tem familiares no Amapá.
O corpo vai ser velado na Capela PrevPaz, na Avenida Coaracy Nunes, no Centro de Macapá. O velório está sendo organizado por jornalistas, tendo à frente o radialista Ney Pantaleão, que mobiliza os colegas para ajudar financeiramente nos procedimentos.
Carreira
O paraense Ery Santos atuava na comunicação da Amazônia há muitos anos. Passou pela Rádio Guajará em Belém-PA e depois, há quase 30 anos, radicou-se no Amapá à convite do ex-governador Annibal Barcellos (1918-2011), atuando em diversos meios de comunicação no Estado do Amapá
Foi no programa Bronca Pesada, como repórter policial, que fez sua maior marca. O bordão “Te benzo com a folha da curicaca, dessa tu escapou, mas da próxima tu não escapa” caiu nas graças do povo e chegou até à Rede Globo nacional, quando o personagem Patrick, do humorista Rodrigo Fagundes, utilizou o seu bordão.
Atrás da notícia
O repórter Jefferson Rodrigues, o popular Olho de Boto, trabalhou por muitos anos como cinegrafista do jornalista Ery Santos, justamente no programa Bronca Pesada. Eram amigos pessoais.
Jefferson lembra que foram incontáveis madrugadas perambulando por delegacias, acompanhando o trabalho da polícia, correndo atrás da notícia.
Atual repórter policial do site SelesNafes.com, Olho de Boto recebeu com muita tristeza a morte do amigo. Ele lembra que Ery Santos foi o primeiro parceiro de trabalho no jornalismo amapaense.
“Pra mim, o melhor repórter da área policial do Amapá. Era um repórter que brincava de fazer matéria. Transformava um pequeno fato, com uma pitada de humor, numa grande reportagem. Até os infratores presos gostavam de ser benzidos por ele. Aprendi muito com ele. É uma perda muito grande para a imprensa amapaense”, lamentou.
Jefferson lembra que foi o Repórter da Folha da Curicaca quem lhe deu o codinome Olho de Boto, que pegou e ficou famoso no meio jornalístico e na comunidade macapaense.
“Ele gostava de encerrar as matérias dando crédito ao cinegrafista, coisa que muitos jornalistas não fazem. Por precauções, eu não gostava de passar meu nome, eu preferia estar no anonimato. Aí, ele me batizou de Olho de Boto. Ery era um cara fantástico”, lembra Jefferson Rodrigues.