Professor assaltado com alunos durante aula relembra momentos de terror

Professor foi assaltado junto com todos os alunos durante aula
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Na noite do último dia 06 de agosto, a Escola Estadual Benigna Moreira de Souza, localizada na rua Raul Monteiro Valdez, Bairro Congós, Zona Sul de Macapá, foi assaltada por dois elementos que se passaram por alunos.

O professor de geografia André Henrique da Silva, de 39 anos, estava no local. Para ele, vai ser difícil esquecer as cenas do roubo, que ocorreu por volta das 19h40min, dentro da turma 1A, do primeiro módulo da Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Os dois indivíduos chegaram na escola por volta das 19h quando tentaram entrar, mas foram impedidos pelo porteiro. Ao serem questionados sobre estarem sem uniformes, afirmaram que eram alunos da escola, mas que estavam sem ir à aula por cerca de dois meses.

Desconfiado, o porteiro os manteve aguardando, até que foram liberados para entrar sob a justificativa de irem até a secretaria da escola verificar a situação das suas matrículas.

Pelas imagens de vídeo do circuito interno de segurança, é possível ver que um deles se desloca em direção à secretaria enquanto o outro caminha pelos corredores e áreas da escola, provavelmente procurando possíveis vítimas.

Escola fica no Bairro dos Congós, na zona sul. Foto: André Silva/arquivo SN

A turma 1A acabou tendo o azar de ter sido a escolhida. Os dois entraram, renderam o professor de geografia e fizeram um arrastão. Levaram 11 celulares, um notebook e a quantia de R$ 280. Havia na turma 14 alunos e o professor, que teve contra si uma arma apontada na altura da cintura (provavelmente um revólver de calibre 22) durante toda a ação.

“Ser professor agora virou profissão de risco. Se tivesse vigilantes ainda na escola, isso não teria acontecido. Além da aula em si, somos conselheiros, preparamos pro Enem e temos que lidar com situações como essa. Poderia ter sido pior, caso eu ou algum aluno perdêssemos a calma. Três alunos não entregaram seus celulares, imagine a tragédia que poderia ocorrer? Ou então, se uma das minhas alunas que estava bem nervosa resolvesse gritar, o que poderia ter acontecido? Estamos todos abalados’, desabafou o professor André.

Os assaltantes iriam sair pela frente da escola, rumo à Rua Claudomiro de Morais, mas possivelmente foram avisados por um motociclista a tomarem outro rumo. Foi aí que pularam os muros da escola e foram em direção ao Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) do Congós.

Pós-assalto

O clima na escola ficou pesado até hoje, relata o professor. Como exemplo, um docente da disciplina de matemática que acaba de se apresentar na escola, já pediu sua redistribuição. A direção da escola está solidária com o professor e os alunos da turma 1A.

A comunidade reclama que após a retirada dos vigilantes o medo e a insegurança aumentaram. Os circuitos internos de vídeo, colocados em substituição aos vigilantes, servem somente para investigações posteriores, não evitando ocasiões como essa, reclama a comunidade escolar.

As imagens do circuito interno ainda não foram liberadas e quando forem serão repassadas para a Polícia Civil.

Notebook

O professor André Henrique da Silva informa que o notebook que lhe foi subtraído contém todos os arquivos importantes para sua atividade profissional. Cerca de seis livros originais de sua autoria sobre a geografia do Amapá, arquivos de preparação de aulas e um projeto de mestrado.

Qualquer informação sobre o item, o professor está decidido a recompensar quem lhe der informações sobre o paradeiro do seu computador pessoal. O contato para informações é (96) 98124-3750.

Seles Nafes
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