Por SELES NAFES
Um policial militar pode ocupar a vaga de deputado estadual, caso o Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP) casse o mandato da deputada Aldilene Souza (PPL), processada pelo Ministério Público Eleitoral por compra de votos nas eleições de 2018. O subtenente João de Deus, de 48 anos, 30 deles vividos dentro da PM, também é jornalista e ativista em projetos religiosos e sociais.
Atualmente, o policial apresenta o programa Água Viva, no rádio e na televisão. O programa aborda questões Bíblicas, tem informação e apoio a pacientes com câncer.
Na primeira década do ano 2000, junto com o juiz Marconi Pimenta, ele criou o projeto Paz no Trânsito, que consistia na realização de blitz educativas, com música e depoimentos em pontos de grande fluxo de veículos da capital.
Em 2012, foi convidado para concorrer à Câmara de Vereadores, quando obteve 2.071 votos. Em 2014, foi candidato a deputado estadual, conseguindo 4.975 votos. Já em 2018, obteve 3.779 votos, ficando com a primeira suplência no grupo que elegeu a empresária Aldilene Souza.
Segundo o MP Eleitoral, a então candidata foi beneficiada por um amplo esquema de distribuição de botijões de gás, legumes, verduras, marcação de consultas e exames durante a campanha.
A denúncia é baseada em áudios e mensagens em celulares apreendidos na Operação Cícero, deflagrada pela Polícia Federal em dezembro do ano passado, em endereços ligados à Aldilene e à deputada federal Aline Gurgel (PRB), do mesmo grupo de Aldilene.
O TRE ainda não pautou quando ocorrerá o julgamento.