Por RODRIGO ÍNDIO
Nesta quarta-feira (4), um comitê formado por órgãos municipais, estaduais e federais realizou uma visita monitorada às obras de revitalização da Fortaleza de São José de Macapá, que concorre ao título de patrimônio mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). A avaliação foi positiva.
O monumento está incluído no reconhecimento como patrimônio do Conjunto de Fortificações do Brasil, que reúne ao todo 19 monumentos em diversos estados. A visita contou com a participação de Marcos Albuquerque, membro do Comitê Nacional de Gestão da Candidatura do Conjunto de Fortificações Brasileiras.
Segundo o arqueólogo, o objetivo da visita é o acompanhamento dos serviços em execução e o planejamento das obras para restauração das casamatas e dos demais prédios que integram o bem. A visitação é também parte da preparação para o cumprimento dos requisitos exigidos para a outorga do título de patrimônio mundial, em 2022. O pesquisador declarou estar otimista.
“A importância não se restringe à própria Fortaleza, ela se restringe ao Estado do Amapá e ao país. Ela, hoje é patrimônio nacional, reconhecida pelo Iphan, tombada. No momento que ela passar a ser reconhecida como patrimônio internacional, obviamente que tem um valor muito grande de atração de turismo, de captação de recursos e uma série de outros elementos. Ela receberá turistas do mundo inteiro”, disse.
De acordo com Aroldo Oliveira, superintendente do Iphan no Amapá, o comitê gestor tem reunido bastante com o objetivo de catalisar projetos para dentro do monumento. O primeiro deles foi trazer o professor Marcos Albuquerque, que trabalhou nas escavações da Fortaleza, para orientar no que deve ser feito para que a fortificação apresente condições adequadas ao título mundial.
“Há um ano, veio uma equipe do Iphan de Brasília. Esse forte não passaria, mas hoje temos em mãos alguns critérios que a Unesco irá avaliar no forte. O principal deles, é a ocupação pela população. Pretendemos que o turista venha aqui e tenha o que ver e consumir no espaço. Criamos o comitê gestor porque é possível esse forte se auto-gerir no futuro, se auto-sustentar, independentemente de ajuda governamental”, ponderou.
O chefe adjunto do gabinete do governador do Estado, Carlos Marques, informou que em 2018 o GEA revitalizou o Parque do Forte, o anfiteatro e transferiu a casa de força para área externa. Para este ano, o planejamento foi um trabalho de recuperação das casamatas que vão ser utilizadas com atividades dentro do Museu da Fortaleza no futuro.
“Tem dentro do planejamento da Seinf, por orientação do Iphan, o trabalho de revitalização de todos os prédios, incluindo as partes de madeira [telhado, esquadrias], de forma que a Fortaleza fique pronta para que a gente possa por ocasião das visitações cumprir os requisitos que são necessários para manter a candidatura”, detalhou.
Além da área externa e interna da fortificação, os ambientes que compõem o complexo turístico cultural histórico da Fortaleza, a exemplo, da Praça Zagury e Trapiche Eliezer Levy, também serão avaliados pela Unesco e precisam estar em funcionamento.