Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
O produtor rural Célio Alves dos Santos, 34 anos, que produz mandioca e farinha de mandioca em uma propriedade de 15 hectares na região de São Joaquim do Pacuí, comemorou a assinatura do decreto de transferência de terras da União para o Amapá.
O produtor, que até hoje não tem o título de propriedade da terra em que produz junto com os pais e irmão, acredita que com a documentação legalizada será possível ter acesso a financiamentos para a produção.
“Com o documento nas mãos, eu posso ir aos bancos e investir na nossa propriedade. Eu quero investir em criação de peixes e também na produção de verduras, porque o alimento sempre vai ter mercado”, afirmou o produtor rural.
Mudanças no campo
Célio também aposta na mudança que isso pode gerar em todo o campo no Amapá, porque o produtor prefere pensar em vender sua propriedade e buscar moradia e trabalho nas áreas urbanas, do que investir na terra.
“Sem apoio fica difícil. Nós conseguimos, com muito esforço, fazer uma casa de farinha na nossa propriedade. Mas o custo da produção da farinha tá ficando difícil, a gente gera 15 empregos diretos e indiretos na época da produção, mas nem todo mundo consegue. Agora o produtor não vai mais pensar em deixar o campo, ele pode pensar em investir”, explicou Célio.
Essa também é a expectativa do setor econômico e produtivo do Amapá, que vê na assinatura do decreto que transfere 23 glebas federais ao Estado, uma oportunidade de alavancar o desenvolvimento amapaense.
“É importante a gente lembrar que estamos vivendo um momento muito importante. O Amapá está muito maduro, maduro politicamente. A gente vê vários agentes, com muita força política se unindo em prol de um desenvolvimento econômico e que agora só basta a gente conseguir destravar”, afirmou Eliezir Viterbino, Presidente da Federação do Comércio do Estado do Amapá (Fecomércio).