Por SELES NAFES
Um brasileiro morreu asfixiado por gases dentro de uma mina na Guiana Francesa, nesta terça-feira (8), segundo confirmou o Departamento de Relações Internacionais de Oiapoque. Foi o mesmo tipo de tragédia que matou seis militares há cerca de uma semana.
Equipes da polícia francesa ficaram de buscar o corpo de Mateus Alves Feitosa, de 20 anos, somente nesta quarta-feira (9), e entregá-lo para a família. Ele era natural do Pará, e desde o ano passado estava no garimpo de Tijam.
A esposa de um garimpeiro que trabalhava na mesma mina com Mateus relatou que desde a morte dos militares as atividades haviam sido paralisadas. Mesmo assim, o jovem teria decidido arriscar e descer na mina.
“Tem que bater (ventilar) o gás do poço para entrar. (…) Ele começou a descer e as pessoas começaram a gritar dizendo que ele estava morrendo lá em baixo. Conseguiram três exaustores, e várias pessoas ainda tentaram entrar (para ajudar), mas ele já estava morto. As pessoas tinham avisado que não era para entrar”, disse a esposa do colega em áudio enviado ao departamento brasileiro.
A prefeitura de Oiapoque conseguiu identificar os parentes do garimpeiro, mas eles manifestaram intenção de sepultar o brasileiro em Caiena.
“A polícia francesa tem uma seção que trata da busca de desaparecidos, mortos. Já informei o Centro de Cooperação Policial, e eles farão o contato necessário com outras seções policiais francesas para tratar do assunto”, explicou o diretor do Departamento de Relações Internacional da prefeitura de Oiapoque, Isaac Silva.
Na semana passada, seis policiais que estavam em incursão contra garimpos ilegais morreram asfixiados ao inspecionar uma mina também no garimpo de Tijam. A morte dos policiais causou grande comoção pública na Guiana Francesa.