Cães do Bope auxiliam crianças em tratamento no Amapá

Projeto visa ajudar no desenvolvimento motor e mental de centenas de pequenos pacientes do Creap
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Por RODRIGO ÍNDIO

Um projeto piloto com cachorros, idealizado pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope) e desenvolvido em parceria com Centro de Reabilitação do Amapá (Creap), busca ajudar no desenvolvimento motor e mental de mais de 100 crianças com autismo, síndrome de down e outras deficiências na coordenação motora e mental.

Entre os pacientes está o menino Isaac Moraes da Silva, de 10 anos. Ele perdeu a mãe quando tinha um ano de vida e foi abandonado pelo pai. Acolhido pela avó materna, há um 1 ano e 7 meses, ele parou de andar devido uma distrofia muscular. Na segunda-feira (30), o garoto voltou a sorrir ao conhecer o cão Lon, que é da raça golden, e se tornou seu mais novo amiguinho.

Cães interagem com as crianças em tratamento. Fotos: Rodrigo Índio/SN

Dona Izaura Costa, de 56 anos, avó de Isaac (foto de capa), ficou emocionada ao ver o garoto interagindo com o cão. A autônoma enfatiza que para uns o gesto pode ser singelo, mas para ela representa muito.

“É a primeira vez que ele tá tendo contato com um animal como esse e estou achando maravilhoso ver ele assim, feliz. Já é uma vitória e tenho esperança em nome Jesus que ele vai voltar a andar e com essa nova terapia a tendência é evoluir. Amei a iniciativa que foge da rotina e faz as crianças mais alegres”, disse esperançosa Izaura.

Dona Izaura Costa: primeira vez que o neto interagem com um animal

 

Famílias acompanham os pequenos pacientes na terapia

Já Glenda Letícia, de 8 anos, que tem a síndrome de treacher collins, simpatizou com a cadela Canela, da raça pitbull. O animal deitou em seu colo para receber e oferecer carinho. Sua avó, Iracema Balieiro, de 57 anos, lembra que a menina ama animais.

“Ela tinha uma cadelinha, mas morreu. Aqui ela faz tratamento há um ano e tá muito feliz porque conheceu esses cães que lhe fizeram lembrar da antiga companheira, basta olhar para ela. Vejo que essa iniciativa é positiva para a saúde da criança que tá em tratamento, fico feliz junto com ela”, revelou Iracema.

Glenda Letícia brincou com a cadela Canela

A fonoaudióloga Thaís Bastos destaca que o objetivo do projeto “Melhor Amigo” é tratar da socialização da criança com o animal.

“A gente sabe que algumas crianças, por terem certas patologias, têm um certo receio e uma dificuldade de interação, então o animal vai estar sendo instrumento na questão da socialização. Os animais por serem adestrados facilitam esse toque, esse abraço, que é de uma forma mais controlada. A criança acaba tendo um gosto maior”, detalhou a doutora.

Thaís Bastos (fonoaudióloga): objetivo é socialização das crianças

O tenente Medeiros, comandante do canil do Bope, esclareceu que os animais utilizados no projeto não são os mesmos que foram treinados para atuar em operações de combate à criminalidade. Ele explica porque o Bope teve a iniciativa.

Tenente Medeiros, comandante do canil do Bope

“Nossos cães têm um nível de socialização muito bom pra aplicar nesse tipo de projeto lúdico. Em contato com canis de outros estados, informaram que a cinoterapia tem representado uma evolução do tratamento por oportunizar um ferramenta alternativa aos tratamentos convencionais, nossa intenção é implantar isso no Amapá e oferecer a cinoterapia como uma ferramenta de inclusão no nosso estado”, concluiu.

Cinoterapia tem ajudado na evolução dos tratamentos

Seles Nafes
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