Falso oficial de Justiça prometeu libertar pessoa da cadeia no Amapá

Aos 65 anos, Jonas Mira recebeu valores de pessoas que precisavam que processos corressem com maior rapidez
Compartilhamentos

Por SELES NAFES

Um falso oficial de justiça que atuava dentro do Fórum de Macapá foi indiciado por estelionato pela Polícia Civil do Amapá, na manhã desta segunda-feira (14). Ele é acusado de cobrar valores afirmando que ajudaria no diálogo com juízes e no trâmite de processos. Tudo não passava de golpe.

De acordo com os delegados Leandro Leite e Joseane Carvalho, da 6ª Delegacia de Polícia da capital, Jonas Mira Moraes, de 65 anos, abordava pessoas no saguão do Fórum de Macapá se identificando como oficial de justiça. Algumas vítimas eram idosas.

Ele afirmava que por ser servidor da Justiça tinha bom trânsito com juízes e promotores, e que poderia agilizar processos. No entanto, as pessoas teriam que pagar valores entre R$ 600 e R$ 1,7 mil.

A Polícia Civil afirma que em dois casos, idosos chegaram a desembolsar R$ 1 mil e R$ 1,7 mil. Um senhor de 70 anos queria ajuda numa ação de divórcio, e uma senhora de 66 anos solicitou apoio para libertar o filho do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).

“(…) O investigado simulava que estava em conversa com o Juiz responsável pelo caso, adentrando em uma sala vazia do Fórum e voltando posteriormente, informando à vítima que havia conversado com o magistrado e que o pedido iria ser acolhido”, explicou o delegado Leandro Leite.

“Pelo que apuramos, essas pessoas eram muito humildes, do interior, e nem sabiam diferenciar um oficial de um advogado. Achavam que ele poderia ajudar”, acrescentou.

Aos 65 anos, Jonas Mira se apresentava como oficial da Justiça: Foto: Polícia Civil/Divulgação

Delegado Leandro Leite indiciou o estelionatário

Parcelas

A Polícia Civil afirma que 10 pessoas foram identificadas como vítimas.

Uma das vítimas foi ouvida pelo Portal SelesNafes.Com. Ela contou que levava parcelas do pagamento de R$ 1,5 mil para o estelionatário. Algumas parcelas eram de R$ 180 e R$ 300.

“A primeira vez que eu entreguei a ele foram R$ 300 na frente da OAB. (…) Ele disse que ia tirar meu sobrinho da cadeia”, lembra ela.

A mãe do rapaz chegou a entregar roupas e calçados para que Jonas Mira desse ao filho na prisão, mas o material nunca chegou a ele, O jovem responde pelo crime de furto de gado.

Jonas Mira já tem uma condenação por estelionato, e estava cumprindo a pena em regime aberto. Outros casos em que ele é envolvido estão sendo investigados pela 2ª Delegacia de Polícia da capital.

Seles Nafes
Compartilhamentos
Insira suas palavras de pesquisa e pressione Enter.
error: Conteúdo Protegido!!