Por SELES NAFES
O presidente do Sindicato dos Agentes dos Agentes Penitenciários do Amapá (Sindiapen), Bentes, negou nesta segunda-feira (25) que exista uma guerra velada entre advogados e servidores do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen).
Na última sexta-feira (22), um advogado foi conduzido por agentes até o Ciosp do Pacoval acusado de repassar a um detento um chip, droga e dinheiro por baixo do vidro que separa clientes e advogados no parlatório do presídio.
Os agentes afirmam que o detento foi revistado antes do encontro com o advogado, e nada havia com ele. Depois do encontro, o dinheiro foi encontrado a segunda revista de rotina. O detento também teria confessado aos servidores que os valores e o chip teriam sido repassados pelo advogado.
“Com o advogado nada foi encontrado, mas o preso acusou e tivemos que levar ele (advogado) para a autoridade policial”, explicou o presidente do Sindiapen, Edno Bentes.
Já as entidades que defendem as prerrogativas dos advogados, OAB e Associação de Advogados Criminalistas, divulgaram um vídeo onde acusam agentes de retaliarem contra a classe após críticas sobre os serviços prestados por eles no Iapen.
Entre as queixas mais comuns dos advogados estão a demora que chegaria a mais de uma hora para que os agentes levem os presos até o parlatório.
Bentes diz que já tinha pedido uma reunião com a direção da OAB para explicar que a falta de efetivo tem provocado a lentidão desse tipo de trabalho.
“Existem plantões que ficam um agente por pavilhão. A OAB poderia avisar seus filiados que nós estamos com essa dificuldade. Não é retaliação que faz os advogados ficarem esperando. Não existe isso. Não existe conflito. Estamos cobrando do governo as contratações”, comentou.
O governo do Estado suspendeu a continuidade do concurso para agentes penitenciários, e ainda não anunciou quando irá concluir.