Da REDAÇÃO
Ao sair de atendimento jurídico no Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), na sexta-feira (22), um interno foi flagrando portando dinheiro, um chip de celular e outros dois objetos que seriam supostamente porções de drogas. Entidades de representação da advocacia e agentes penitenciários apresentaram versões diferentes sobre o caso, que expôs a existência de um conflito entre as duas classes.
Após o flagrante, o advogado Gabriel Henrique Lima chegou a ser conduzido para o Ciosp do Pacoval para prestar esclarecimentos e foi liberado em seguida.
Segundo os agentes de plantão, duas notas de R$ 50 e os outros objetos foram encontrados com o detento Fabrício Agenor Ramos, logo após ele sair do parlatório onde havia encontrado o advogado. Os agentes afirmam que ele havia sido revistado antes do encontro com o advogado.
Para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Associação Brasileira de Advogados Criminalistas (Abracrim), a denúncia se trata de uma tentativa de retaliação.
“É dever dos agentes penitenciários, que estão do lado prisional, fazer a busca pessoal antes da apresentação no parlatório e depois. Assim, temos esse fato como lamentável retaliação à postura que a OAB adotou no dia de ontem [quinta-feira, 21], questionando as falácias e deficiências do sistema prisional e do atendimento”, disse Maurício Pereira, da Comissão de Prerrogativas da OAB-AP.
Já os agentes penitenciários afirmam que existe um protecionismo por parte da OAB, em que os advogados são ‘blindados’ para não serem revistados, o que facilita a entrada de materiais ilícitos.
O Portal SN conversou com o advogado Gabriel Henrique Lima. Ele preferiu não se pronunciar e apenas reforçou o posicionamento da Abracrim e da OAB.