Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
Na tarde desta terça-feira (19), centenas de mulheres lotaram o auditório do Sebrae, no Centro de Macapá, para o lançamento da campanha “16 dias de ativismo – juntos pelo fim da violência contra a mulher”, organizado pela Secretaria Extraordinária de Políticas para as Mulheres (SEPM).
A campanha irá até o dia 10 de dezembro, com vasta programação que percorrerá todos os municípios do Estado.
A jovem Anne Kathleen (foto de capa da matéria), de 24 anos, comentou que, apesar do crescimento do ativismo e do protagonismo feminino nos últimos anos, a violência contra a mulher ainda é uma constante.
“Acho que toda mulher já sofreu algum tipo de violência na vida. Tem a agressão física, que é um nível, mas tem outros tipos de assédio. Por exemplo os olhares de malícia quando estamos sozinhas, nos dá medo, causa constrangimento. E ainda tem casos piores, tenho casos na família de agressão física”, declarou a jovem que é maquiadora e faz curso técnico em enfermagem.
Anne Kathleen deixa ainda dois recados.
“Para as mulheres, não tenham medo de denunciar. Tem sempre alguém que pode ajudar, uma amiga, uma parente. Aos homens eu digo que se coloquem no nosso lugar, nós não somos objeto e merecemos respeito”, finalizou Anne.
Mulheres com HIV
A presidenta da associação Associação de Amigos e Mulheres Amapaenses Positivas (Aamap), contou que para as mulheres soropositivo a violência é ainda maior.
“Essa violência atinge não apenas a mim, mas minha família, é algo diário. Já houve casos de pais se reunirem para tentar tirar minha filha da escola onde estudava. Tem mulheres que escondem seus medicamentos dentro de colchões e têm aquelas que morrem em hospitais na clandestinidade, com vergonha da família ou a família com a vergonha dela. Para as mulheres, é uma violência bem maior, não tenha dúvida”, declarou Márcia Pinheiro, de 54 anos.
Campanha
A secretária extraordinária de política para as mulheres, Renata Apóstolo, deu detalhes sobre a programação.
“Quero destacar que esses 16 dias de ativismo terão uma agenda extensa e serão feitos na relação com os municípios, com a rede de atendimento à mulher, com o conselho da mulher e os movimentos sociais, onde faremos o trabalho de conscientização e fortalecimento das mulheres”, finalizou a gestora.