Por SELES NAFES
O governador do Amapá e presidente do Consórcio de Estados da Amazônia, Waldez Góes (PDT), disse esperar que a região volte a receber ajuda financeira dos países doadores do Fundo Amazônia, especialmente depois do encontro que ele teve com o ministro do Meio Ambiente da Noruega, Ola Elvestuen.
A informação foi repassada pelo governador durante entrevista ao jornal The Washington Post, na COP 25, e publicada na quarta-feira (11).
“Se eles (os governos nacionais) não conseguem resolver sua discordância, precisam pensar em mecanismos como o nosso”, disse Waldez, referindo-se ao consórcio de estados.
Desde 2008, o Fundo recebeu US$ 500 milhões, mas o dinheiro foi congelado depois que o governo federal anunciou mudanças na aplicação dos recursos que deveriam financiar ações de preservação da Amazônia.
Na COP 25, Waldez está acompanhado de outros governadores e senadores numa tentativa de buscar recursos tangenciando o conflito entre os europeus e o governo Bolsonaro, que enfrenta um enorme ceticismo internacional.
Waldez informou ao The Washington Post que ele e os outros governadores da Amazônia conversaram com representantes da Alemanha, França, Reino Unido e EUA.
Na reportagem, o jornal citou dados do Instituto de Pesquisa Espacial do Brasil demostrando que desmatamento na Amazônia está seu nível mais alto em mais de uma década.
Também narra que líderes estrangeiros enxergam o governo Bolsonaro como de extrema direita, e tê condenado os ataques dele a acadêmicos, especialistas e organizações de proteção ao meio ambiente. Entre os ataques são citados na reportagem as acusações ao ator Leonardo Dicaprio de que ele teria financiando ONGS que provocaram incêndios na Amazônia.
O The Washington Post lembrou ainda que Bolsonaro dissolveu comitês da sociedade civil, entre eles o que gerenciava o Fundo Amazônia.
“Tentamos fugir dessa agenda negativa”, comentou Waldez Góes na matéria publicada na edição de hoje.