Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
O amapaense Hedielson Amanajás Barbosa, o “Preto”, acaba de ser premiado nacionalmente no “The Best Barber Brasil”, competição onde foram testadas técnicas de barbearia e corte de cabelo das cinco regiões do país.
Preto, de 35 anos, ficou em segundo lugar, depois de seletivas que envolveram centenas de profissionais o ano inteiro. Em maio, ele ganhou em Manaus a seletiva norte, o que lhe deu o direito de representar a região na competição que ocorreu em São Paulo.
O barbeiro e cortador de cabelos começou a aprender a profissão ensinado por um primo, há quase 20 anos, ainda no distrito macapaense do Bailique. Ele conta que ainda ficou no arquipélago por pelo menos 2 anos, cortando cabelo nas pontes e ganhando experiência.
A partir de 2003, Hedielson veio para Macapá onde abriu sua própria barbearia no ano de 2004, no bairro Renascer, na zona norte.
“Comecei bem pequeno, numa barbearia 3 x 2, só no “ventiladorzinho” aqui mesmo no bairro, na frente da casa minha mãe. Fui crescendo e expandindo. A clientela cresceu e não dava mais para continuar só. Hoje emprego quatro e a demanda, graças a Deus, continua grande”, contou Preto.
Competição
Passaram para a final 6 competidores, cinco representando as regiões do país e mais um representante de uma seletiva especial. A prova era cronometrada, onde os competidores tiveram 30 minutos para efetuar um corte de cabelo.
Foram duas provas que os participantes só ficaram sabendo na hora. Um “degradé” e um “flat top” (parte superior plana, corte de cabelo afro, utilizado, por exemplo, pelo ator americano Will Smith na série “Um maluco no pedaço”).
Preto se saiu bem, gostou do resultado. O júri técnico lhe conferiu notas que lhe garantiram o segundo lugar. Mas não houve nenhuma tristeza por não ter ficado em primeiro, ao contrário, Preto se lembrou dos primeiros e difíceis anos na capital e ficou agradecido.
“Eu fui pra lá para representar o estado, mostrar pro cenário nacional da barbearia que nós temos profissional qualificado, profissionais à altura do resto do Brasil, que só precisam ser vistos. Acredito que depois desse segundo lugar, teremos outro olhar. Não sabemos só cortar cabelo de índio. Sabemos cortar de índios e qualquer outro que chegar. Então fiquei muito contente”, declarou Hedielson.
Para o futuro, o profissional pretende estudar mais, intensificar os cursos que ministra sobre corte e barba e também alavancar o projeto social do qual participa, o “Barbeiros do Bem”, em que vários profissionais do ramo se juntam para cortar o cabelo e fazer a barba de pessoas carentes.