Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
Bogdan Redin, de 27 anos, está no Brasil desde outubro passado e no Amapá há cerca de 10 dias. O jovem é de Chapaievsky, cidade do Estado de Samara Oblast, e está à procura de emprego para poder comprar sua passagem de volta para a terra natal.
Desde que chegou, vindo de Belém, Bogdan tem contado com a solidariedade de pessoas para conseguir comida e local para dormir, nem sempre com sucesso. Especialmente, funcionárias de uma sorveteria do Centro de Macapá e de um motorista de aplicativos, que abraçaram a causa do rapaz.
“Eu tava rodando e no final do dia parei para tomar um sorvete. Reparei que tinha um rapaz triste, fui falar com ele para ajudar e as funcionárias me contaram um pouco da história dele. Elas estavam lhe dando comida. Eu o levei para casa e lá deu pra ele ficar duas noites. Ele quer mesmo é um emprego para voltar pra Rússia”, declarou Marcelo Rios, motorista de aplicativos.
Bogdan contou ao Portal SelesNafes.com que em Chapayevski, sua cidade natal, no sudoeste da Rússia, durante os meses de novembro, dezembro e janeiro o clima pode chegar a – 40º, e fugir do frio é a principal motivação de viagem para os trópicos durante os invernos. Ele diz adorar o calor de Macapá. No país de origem, o jovem mora com a mãe e mais dois irmãos e a família não tem muitos recursos.
A cidade de Chapayevsky, que tem tradição militar e industrial, também recebe o pesado apelido de “cidade da morte”, devido à alta quantidade de toxinas encontradas no ambiente (400 vezes acima de um ambiente normal). A taxa de natalidade e a população de Chapayevski tem diminuído durante os anos.
Pela segunda vez
O jovem contou que já tinha estado no Amapá anos atrás e trabalhou em uma construção no distrito macapaense de Fazendinha, que gostou muito da experiência e do nosso Estado. Também já esteve em Belém do Pará e no Amazonas.
Trabalho
Bogdan procura trabalho como carpinteiro, marceneiro ou pintor e pretende trabalhar até abril. O português do russo é bastante débil, já seu inglês é bom, o que pode dificultar um pouco a comunicação no início.
“Eu peço ajuda das pessoas, só quero trabalhar, ganhar dinheiro para poder voltar ao meu país”, contou Bogdan.
Falta de abrigos
Marcelo Rios, que tem sido uma das pessoas que mais tem se empenhado na tentativa de ajudar o rapaz, ao mesmo tempo que percebe inocência e pureza no jovem, reclama da falta de abrigos públicos em Macapá.
“Ele parece ser um jovem até inocente, puro, podes reparar (…). Queria fazer uma crítica construtiva, aqui não tem abrigos públicos. Acho que o certo era que o poder público ajudasse quem faz esse trabalho e tivesse um abrigo”, declarou o motorista.
Bogdan Redin temseu passaporte, cursou o equivalente ao ensino médio completo e está à disposição para trabalhos braçais, como ajudante de pedreiro, por exemplo, no qual diz ter experiência.
Para entrar em contato com o russo, Marcelo lhe comprou um chip e o número do telefone, que é (96) 99182-8988.