Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
Fabíola Feitoza Maciel, de 26 anos, é dependente química há 13 anos. Atualmente, ela divide moradia com outras dezenas de pessoas em recuperação na Casa de Apoio O Galileu, no bairro Universidade, zona sul de Macapá.
Grávida de 9 meses, Fabíola não fez o pré-natal e apesar de achar que terá uma menina, não fez nenhum exame em toda a gestação. Sem nenhum documento, a jovem se considera indigente, contando que conheceu a droga em Oiapoque, quando ainda tinha apenas 13 anos de idade.
“Eu tive meu primeiro filho prematuro de seis meses, por causa das drogas. Eu dei ele para os avós criarem, porque eu não tinha condições de criar pelo meu problema. Com essa minha filha eu tô tentando que seja diferente. Tô aqui há três meses e há três meses sem usar nada. A vontade vem e eu seguro na mão de Deus”, contou, emocionada, a jovem.
As prioridades de Fabíola são que tenha um bom parto e que sua filha tenha saúde. Ela se preocupa com o enxoval da criança, porque ela não tem nada. Depois disso ela quer tirar seus documentos, poder se identificar e dar uma passo rumo à cidadania.
“Às vezes eu queria ter um creme de cabelo, um creme para o corpo, eu vejo que as outras meninas têm e eu não. Parece coisa pouca, mas mostra bem onde eu cheguei”, desabafou.
Apesar de tudo, Fabíola termina a conversa com o Portal SelesNafes.com com a cabeça erguida e ânimos renovados.
“Eu estou conseguindo, vivia lá pelo mercado do peixe, e fui chamada para cá, onde não pago nada, tenho comida e todo mundo se ajuda. Estou conseguindo! Quero que minha filha tenha uma história diferente da minha”, finaliza a mãe que deve ganhar seu segundo filho nos próximos dias.
Ajuda para a Casa de Apoio o Galileu
A Casa de Apoio O Galileu acaba de completar 6 meses e surgiu da necessidade que os seus organizadores viram em ajudar pessoas em dependência química de álcool e drogas. O lar funciona em espaço alugado e todos os meses colaboradores ajudam como podem para pagar as despesas.
Há projetos como hortas, aviários, compostagem para a produção de biofertilazante e atividades de conversa, meditação e apoio entre os participantes, que têm que acordar cedo para trabalhar na casa, que tem regras rígidas como o horário de fechamento dos portões.
Os dormitório são modestos e bastante apertados, a lotação da Casa está na capacidade máxima. Comida sempre teve, mas houve vários dias em que foi apenas o feijão com arroz, sem proteína.
A comida é toda feita no fogo à lenha, pois não há fogão. Há apenas uma pequena geladeira e um pequeno freezer. Os alunos, como eles chamam as pessoas que estão na Casa, precisam de qualquer tipo de ajuda, desde alimentação, roupas, materiais de limpeza e até cremes de cabelo e para o corpo como no caso de Fabíola.
Os organizadores pedem a ajuda da população, dos empresários e até do poder público. Ali residem pessoas que querem dar um novo tom em suas vidas e todo o tipo de ajuda, inclusive o respeito e o apoio moral, são bem vindos para a Casa.
Quem quiser ajudar pode se deslocar diretamente para a Casa na Rua Benjamin Constant, 400, Bairro Universidade ou entrar em contato pelo telefone (96) 98416-7979.