Justiça nega pedido de prisão para empresário acusado de grilagem

MPF alegava que Marcos Bertolo, acusado de ser um dos chefes do esquema, não estava sendo localizado
Compartilhamentos

Por SELES NAFES

O juiz Jucélio Fleury, da 1ª Vara Federal do Amapá, negou ao Ministério Público Federal o pedido de prisão preventiva ao empresário Marcos Paulo Bertolo. Ele é acusado de chefiar uma organização criminosa que regularizava terras federais para particulares de forma fraudulenta, a chamada grilagem.

O MPF alegava que ele não estava sendo localizado para ser intimado. Quando ganhou a liberdade provisória após a Operação Terras Caídas, em 19 de dezembro de 2018, o empresário pagou fiança de R$ 10 mil, e se comprometeu a informar à justiça seu endereço sempre atualizado, além de comparecer em todas as etapas da investigação e processo.

Numa das diligências, a oficiala de justiça informou que o imóvel onde ele residia estava fechado e com placa de “aluga-se”, o que caracterizaria o descumprimento da obrigação cautelar. A intimação é para uma audiência marcada para o dia 12 de dezembro deste ano.

MPF alegou que o réu não estava sendo localizado para ser intimado. Fotos: Arquivo SN

O magistrado, no entanto, informou que o investigado forneceu o novo endereço à justiça federal em tempo hábil.

“Portanto, a despeito de não constar a informação nestes autos principais, não se pode negar que o réu cumpriu regularmente a obrigação de comunicar ao juízo a alteração de seu endereço residencial e, ainda, que vem cumprindo regularmente as demais medidas cautelares impostas, não subsistindo qualquer razão para a revogação do benefício e restabelecimento da prisão”, ponderou Fleury.

Marcos Bertolo e outros empresários de Goiás, Mato Grosso e Paraná, além de dois servidores do Incra, são acusados de fraudar o processo de regularização de terras federais.

De acordo com as investigações, as áreas regularizadas variavam de 60 a 1 mil hectares em municípios como Macapá. Santana e Mazagão.

O grupo, que inclui 18 pessoas, foi denunciado à justiça em julho deste ano, e teria atuado entre 2014 e 2015. Os posseiros também foram denunciados.

Seles Nafes
Compartilhamentos
Insira suas palavras de pesquisa e pressione Enter.
error: Conteúdo Protegido!!