Por SELES NAFES
Poucas mulheres na política do Amapá chegaram aonde Darliete Tavares Palmeirim (PSC), de 49 anos, chegou. Dona de nada menos que cinco mandatos consecutivos como vereadora, ela vai tentar o sexto este ano, num dos municípios mais pobres do Amapá: Itaubal do Piririm.
A cidade empresta o nome do rio (Piririm), que banha a sede do município a 130 km de Macapá pela rodovia AP-70. É um dos mais pobres e com uma das menores populações.
Nos últimos anos, a população assistiu à chegada do asfalto pela rodovia, mas não viu os empregos chegarem junto. É muito comum, ao meio dia, encontrar moradores pescando piranhas na orla da cidade para garantir o almoço.
A produção mecanizada da soja gera pouquíssimos postos de trabalho. A fraca economia, baseada apenas nos empregos do funcionalismo público, agricultura familiar e na pesca, fizeram estagnar o crescimento demográfico.
Na última década, a população de Itaubal cresceu apenas 1 mil habitantes. Para ser mais exato, em 2010 era 4.026 moradores, segundo o IBGE, e agora são 5.038 pelo levantamento mais recente.
“Ainda não tivemos um gestor. Itaubal é muito pobre na questão de empresas. Empregos, só na prefeitura”, avalia a vereadora, que tem esperanças de que as coisas irão melhorar.
Aos 19 anos, quando se candidatou pela primeira vez, Darliete procurou atuar fortemente com a juventude, por isso ela conhece como ninguém os anseios dos jovens de Itaubal.
“Criamos laços de amizade”.
“Agora eles passaram a ter mais oportunidade de estudar com a chegada de uma faculdade particular. E a Universidade Federal do Amapá (Unifap) também está chegando. Vão poder ficar em Itaubal para estudar”, comemora.
Ter a possibilidade de se qualificar sem sair do município é mesmo um grande avanço. Mas o principal problema vai permanecer. Empregar essa mão de obra que será formada não vai ser simples num município onde em muitas casas a piranha é a única opção do almoço.