Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
O Amapá começou a elaboração de um plano de contenção preventivo ao coronavírus. Nesta quinta-feira (30), técnicos e gestores de diversos órgãos federais, estaduais e municipais se reuniram na sede da Superintendência de Vigilância em Saúde – órgão do Governo do Estado, que conduz os trabalhos – em Macapá, para alinharem estratégias.
A reunião aconteceu no mesmo dia em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que os casos do novo coronavírus 2019 n-CoV são uma “emergência de saúde pública de interesse internacional”, o que justifica os órgãos de saúde estarem empenhados na preparação para possíveis surtos.
A classificação de risco da OMS subiu de “moderado” para “elevado”.
Neste primeiro encontro debateram as ações representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Infraero, Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), Defesa Civil Estadual, dirigentes de Unidades de Pronto Atendimento e técnicos representando a saúde dos municípios amapaenses.
“Nossa primeira pauta foi o alinhamento entre todos os órgãos sobre a situação de emergência. Criamos um grupo para formar um plano de contenção ou barreira de contenção. Essa ação é normal e é parte do protocolo estabelecido pelo Ministério da saúde”, informou Dorinaldo Malafaia, superintendente da SVS.
Sem notificação
A primeira informação que a SVS fez questão de frisar é que no Amapá não há nenhuma notificação ou caso de suspeita de coronavírus.
“Nós não temos nenhum caso suspeito de coronavírus no Amapá. Isso é importante para que a gente tenha cuidado com a disseminação de qualquer informação que não seja verdadeira, inclusive com fake news, que possa alarmar a população”, destacou Malafaia.
Preocupação na fronteira
O Amapá, por ter uma fronteira internacional com a Guiana Francesa, dará uma atenção especial ao extremo norte do Estado. Foi em Oiapoque que, em 2014, houve a confirmação do primeiro caso de chikungunya no Brasil – o paciente zero do país.
Oiapoque, portanto, terá uma atenção redobrada na elaboração desse planejamento. Sobre os riscos, o técnico da SVS responsável pela vigilância epidemiológica das doenças de transmissão respiratória, João Farias, fez uma explanação geral.
“Como há um risco da chegada do vírus no Brasil [até a quinta-feira (30) havia 15 casos suspeitos], esse plano de contingência deverá conter todas as ações que deverão ser tomadas pelas áreas afins, como laboratório, vigilância epidemiológica, assistência, assistência farmacêutica, transporte, unidades sentinela para servir de referência nos atendimentos, etc. Essas questões constarão no plano que iremos trabalhar à partir de amanhã [sexta-feira (31)]”, concluiu o técnico.