Por SELES NAFES
A ex-deputada estadual Roseli Matos (DEM) foi condenada a 11,8 anos de prisão em regime fechado por envolvimento num suposto esquema de “rachadinha” com assessores de seu gabinete. Numa nota à imprensa, ela afirmou que provará a inocência.
A decisão foi do juiz Diego Araújo, da 1ª Vara Criminal de Macapá, em ação penal movida pelo Ministério Público do Estado. De acordo com os autos do processo, os crimes teriam ocorrido entre janeiro de 2012 e julho de 2014, ou seja, por cerca de 2 anos e meio.
Roseli foi acusada de embolsar até 80% dos salários de assessores que eram pagos por verba de gabinete, o que teria totalizado um prejuízo de R$ 355 mil.
Um dos depoimentos que constam no processo é de um ex-caseiro de Roseli. Ele afirmou ter sido nomeado por ela para receber R$ 5 mil mensais, mas que tinha que devolver R$ 4 mil.
A pessoa responsável por recolher o dinheiro entre os assessores era o então secretário parlamentar e motorista Décio Carvalho, condenado há mais de 7 anos de prisão, também em regime fechado, além do pagamento de multa.
Nos depoimentos, as testemunhas alegaram que a então deputada dizia que precisava do dinheiro para ajudar outras pessoas e para bancar despesas do mandato.
“O certo é que a ré se utilizava da inocência e da extrema necessidade financeira dos seus assessores, a quem chamava de colaboradores”, comentou o magistrado em sua sentença.
Processo nulo
Em nota, a parlamentar disse nunca desviou e nem se apropriou dos recursos, e que isso teria sido “reconhecido na instrução processual”.
Ela disse que irá recorrer dessa “flagrante injustiça”.
“Não houve prática de corrupção e muito menos desvios de recursos para os fins, afirmando que o processo, desde sua origem, é nulo de pleno direito, o que será provado e demonstrado perante o Tribunal de Justiça”.
Roseli ainda foi condenada a suspensão dos direitos políticos, punição que só começará a valer depois do trânsito em julgado do processo. Ela também terá que devolver os R$ 355 mil, em valores corrigidos.