Por SELES NAFES
O advogado Ricardo Oliveira reagiu à decisão do juiz eleitoral Jâmison Monteiro que determinou a quebra de sigilo bancário dele e de outra advogada contratada pela campanha de reeleição do deputado estadual Kaká Barbosa (PL), em 2018.
“Um absurdo. Querem criminalizar a advocacia”, disse Oliveira.
A advogada Girlainy de Paula informou que não irá se pronunciar sobre o assunto no momento.
No último dia 20, o juiz atendeu pedido do Ministério Público Eleitoral e determinou a quebra dos sigilos. O MP Eleitoral argumenta que os pagamentos de R$ 150 mil a Ricardo Oliveira e de R$ 15 mil à advogada configuram gastos excessivos, e constituem suspeita financiamento ilegal de campanha. O juiz determinou que bancos informem se houve transferências ou depósitos dos dois advogados em favor de Kaká Barbosa.
“Não vão encontrar nada”, garantiu o advogado.
Ricardo Oliveira informou ao portal SN que atuou para três candidatos durante a campanha de 2018, e que pediu honorários que ele achava adequado.
“É um direito do advogado avaliar quanto vai cobrar e do cliente se ele deve pagar ou não. Tem advogados em Brasília que ganharam valores (na campanha) bem acima disso, não menos que R$ 500 mil”, comentou.
Oliveira disse que não existe teto máximo a ser cobrado, e que a “hora técnica” custa mais de R$ 500.
“Já teve um trabalho no nosso escritório cobrado pela hora técnica que resultou em mais de R$ 100 mil”.
Ele criticou a decisão.
“Não existe no Brasil. Pode pesquisar. É um caso atípico do Amapá. Mas minha conta está à disposição. Não existe transferência, é zero”, assegurou.
“(A decisão) interfere no livre exercício da advocacia. A advocacia é essencial à administração da justiça, está na Constituição. A liberdade acaba sendo tolhida pela decisão. Vou respeitar, mas vejo de forma lamentável”, concluiu.