Após se afastar das drogas, mãe procura filha que não vê há 25 anos

Angela Maria Faria de Souza, de 48 anos, chegou a Macapá na década de 1990, vinda de Belém (PA), tentando fugir do vício.
Compartilhamentos

Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Angela Maria Faria de Souza, de 48 anos, é natural de Belém do Pará e não vê a filha desde a década de 1990, quando chegou a Macapá, vinda de Belém (PA), tentando fugir do vício em drogas.

A história de Angela se confunde com a de muitas outras meninas de todo o país. Grávida, precocemente aos 15 anos, ela deixou a filha morando com a sua mãe e com o irmão, no bairro do Guamá, na capital da paraense, pois estava gravemente doente e sentia vergonha de si mesma perante a família.

Ela pensou que a mudança para Macapá pudesse ser uma saída fácil para se livrar do vício e uso abusivo de álcool e drogas ilícitas. Estava errada. E o problema se agravou.

A volta por cima de Angela se deu com a ajuda do Monte Tabor e do falecido filantropo e psicólogo Tom Sobral. Fotos: Marco Antônio P. Costa/SN

Perdeu os documentos e teve passagens por furto no Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), chegando ao fundo do poço.

“Isso só fez piorar as coisas. É assim: quando a pessoa está doente de drogas, primeiro ela perde o amor próprio, depois ela perde o amor pelas pessoas a quem devia cuidar, como mãe e filha. Não há um dia em que eu não pense nisso, e quando minha mãe faleceu eu acabei me culpando pela morte dela, achando que a culpa era minha, que se eu estivesse lá poderia ser diferente”, contou Angela.

A última notícia que teve da filha foi dois anos após se mudar de Belém para Macapá, justamente no falecimento da sua mãe.

Comunidade Terapêutica Monte Tabor ajudou Angela a se recuperar. Na imagem, o fundador Tom Sobral palestrando. Foto: arquivo/reprodução

Procura

Hoje recuperada, a ex-dependente química faz um apelo público para encontrar a familiar. A filha se chama Lilian Cristina Farias de Souza, nascida no dia 28 de maio de 1987, fruto de um romance com um vizinho de nome Luis Carlos. Angela acabou perdendo todos os contatos.

Volta por cima

A volta por cima de Angela se deu com a ajuda do Monte Tabor e do falecido filantropo e psicólogo Tom Sobral, que por duas vezes ajudou a mulher. Na primeira vez, em 2010, ela acabou voltando às ruas, e perambulava pelas proximidades da Praça da Conceição, no bairro do Trem, Zona Sul de Macapá.

Mas na segunda vez, em 2015, Angela se firmou e até hoje está “limpa”, sem fazer uso de entorpecentes. Atualmente, desenvolve projetos dentro do próprio Monte Tabor, para ajudar pessoas que tiveram problemas como o dela.

Israelton continua o trabalho iniciado pelo pai

Israelton Sobral, filho de Tom que continua o projeto, atesta e comemora a recuperação da mulher, enfatizando que o amor e o cuidado podem salvar vidas.

Por fim, caso a reportagem chegue até algum parente ou à própria filha, Lílian, Angela deixa uma mensagem:

“Minha filha nesse momento eu quero te dar um abraço, te dizer que te amo, que nesses anos eu não deixei de pensar em você nem um segundo, Deus sabe disso. Eu queria ter a oportunidade de viver essa nova vida, que você venha a me perdoar. Eu sei que eu errei, somos falhos, mas me dá esse perdão, preciso desse perdão e desse abraço”, finalizou Angela.

Seles Nafes
Compartilhamentos
Insira suas palavras de pesquisa e pressione Enter.
error: Conteúdo Protegido!!