Por RODRIGO ÍNDIO
Mais de 300 candidatos no Processo Seletivo 2020, destinado ao provimento de vagas nos cursos de graduação presenciais oferecidos pela Universidade Federal do Amapá (Unifap), poderão recorrer na justiça pedindo a anulação do certame. Eles tiveram as vagas indeferidas e alegam falhas na seleção.
Para um grupo de candidatos, houve intransigência do Departamento de Processo Seletivo e Concursos Públicos (Depsec) da Unifap, que indeferiu a maioria dos recursos administrativos das pessoas que deram entrada no processo.
Segundo Aldo Maurício, de 38 anos, que tenta uma vaga no curso de Direito, a bonificação de 20% que o edital previa para quem estudou em escolas do Estado do Amapá ou da mesorregião do Marajó (Chaves, Breves, Afuá e outras), não foi atribuída por falhas administrativas.
“Todos nós que entramos com recursos apresentamos três tipos de documentos que poderiam ser apresentados [certificado, histórico escolar ou declaração para quem ainda estava concluindo o ensino médio]. Mesmo assim, a Unifap indeferiu a bonificação de 20% dessas pessoas. É tanta incompetência que a mesma documentação que foi aceita em alguns casos, foi negada em outros. É vergonhoso”, disse indignado.
O resultado final do Processo Seletivo foi divulgado em definitivo na quinta-feira (6). Na sexta-feira (7), vários pais e candidatos indignados estiveram no Depsec.
O Portal SelesNafes.com tentou falar pessoalmente com o diretor do departamento, conhecido como “Wagner”, que se recusou a falar sobre o assunto. Mas, aos que reivindicavam, ele chegou a dizer que nada poderia fazer, que eles poderiam procurar a justiça, e que a pasta responderia sem problema algum.
Algumas pessoas declararam que vão entrar com mandado de segurança pedindo que alguma providência seja tomada ou até mesmo que o processo seletivo seja anulado.
“Esperamos que a Unifap tenha bom senso, faça uma revisão e aceite o recurso administrativo que foi impetrado porque não tem logica, é incoerente. Falamos com advogados e outras pessoas da área jurídica, todos estão dizendo que isso é atestado de incompetência da Unifap”, finalizou Aldo Mauricio.
Socorro Ribeiro também está inconformada. Sua filha ficaria nas primeiras colocações para o curso de letras. Ela também seguiu todos os passos do edital, e mesmo assim teve o processo indeferido.
“Isso gera muita tristeza, ela se esforçou muito e tinha condições de ficar no curso com a bonificação, mas por falta de comunicação e organização da instituição ela tá fora. É lamentável”, lamentou a mãe, com todos os documentos da filha em mãos.
Até está publicação, a Unifap não se pronunciou se houve irregularidades no edital ou no processo, e quais medidas deverão ser tomadas pela instituição.