Com quase 300 cirurgias em 40 dias, HE esvazia fila da ortopedia

Apesar do resultado positivo, pacientes ainda reclamam de problemas estruturais. Direção diz estar trabalhando por resoluções
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Entre janeiro e fevereiro de 2020, a equipe médica e a administração do Hospital de Emergências de Macapá (HE) realizou 284 cirurgias eletivas e de emergência. Com isso, a administração do hospital diz ter “vencido” o atraso e as constantes filas dos corredores e da rampa para as enfermarias, que estavam lotadas há muitos meses.

O diretor do HE, Diego Silva Conrado, comentou os principais fatores que levaram ao aumento da quantidade de procedimentos cirúrgicos.

Corredores que eram ocupados por macas estão vazios. Fotos: Marco Antônio P. Costa/SN

Profissionais do HE conseguiram dar resposta à demanda após aumento de pessoal e ajuste nas escalas

“A equipe do centro cirúrgico se prontificou a fazer um mapa de cirurgia eletiva aos sábados e em alguns dias no período noturno. Isso veio, aos poucos, nos últimos 40 dias, suprir a demanda. Se o hospital recebia 10 pacientes por dia, a gente consegue fazer geralmente 8 cirurgias por dia. Com a abertura desses horários alternativos, conseguimos vencer a demanda” declarou o diretor.

O diretor também explicou que o aumento nas equipes de plantão ajudou na diminuição das filas.

Diretor do HE, Diego Silva Conrado: apesar dos problemas, cirurgias ortopédicas avançaram

O médico Ednaldo Matos, ortopedista do HE, comentou questões estruturais e explicou o que forma a maioria da demanda em Macapá.

“O Pronto Socorro recebe todo tipo de fratura. Fraturas expostas, luxações, fraturas fechadas e como Macapá cresceu muito e a rede não cresceu tanto, então temos um problema estrutural. Mas hoje o Pronto Socorro, apesar da fama que tem, é o hospital mais resolutivo e o mais efetivo. Além do que é obrigação nossa que são as emergências e as urgências, também fazemos as cirurgias eletivas”, disse o médico.

Reclamações de pacientes

Apesar das mudanças positivas, alguns pacientes aproveitaram a presença da reportagem para reclamações.

Um deles, Carlos Oliveira de Silva, de 32 anos, está com fratura de fêmur e reclama que desde o dia 4 de janeiro ainda está no HE aguardando transferência.

“Não tem nada no hospital. Não consegui fazer cirurgia e falta tudo, luva de procedimento, seringa, dipirona, esparadrapo, gaze, falta tudo. Fico na enfermaria 03, leito 11 e a fila de transferência não anda”, reclamou o paciente, rodeado por outros que confirmavam as informações.

Carlos Oliveira de Silva: fila para transferência não anda

Sobre as questões de falta de insumos, a direção do HE admitiu que em alguns dias que coincidem com os mais distantes dos dias de compra de materiais, pode ocorrer falta de algum item, mas que logo é reposto.

Sobre o paciente em questão, o HE informou que o mesmo foi operado e que agora ele aguarda a chamada do Hospital das Clínicas Alberto Lima (Hcal), que deve ocorrer nos próximos dias, já que o paciente é o terceiro da lista.

Seles Nafes
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