Por RODRIGO ÍNDIO
A família da bebê Thayla Cristina Ferreira, morta pelo ex-padrasto, fez uma manifestação nesta quinta-feira (6) para chamar a atenção da opinião pública para o andamento do caso na justiça amapaense.
A criança foi assassinada no dia 15 de setembro de 2019 depois de ser sequestrada pelo ex-companheiro de sua mãe, Messias Machado Barbosa, de 29 anos, que foi preso e confessou o crime.
A menina tinha acabado de completar 1 ano de vida quando foi afogada em um lago de uma área de ressaca do bairro Universidade, zona sul de Macapá. O homicídio revoltou toda a população do bairro e causou comoção social pela frieza com que foi cometido.
Extremamente emocionados, com cartazes nas mãos, os familiares estiveram no Fórum de Macapá. As mensagens exigiam pena máxima para o autor do crime. Dentro do prédio da justiça ocorreu a primeira audiência de instrução – procedimento que vai decidir se o caso vai a júri popular ou não. Não foi permitida a entrada da imprensa.
A avó da menina, Conceição Abreu, de 44 anos, lembrou que Messias confessou friamente em depoimento como matou a criança. Ele teria detalhado à polícia como a menina chorava bastante antes de ser morta.
“Ele segurou a Thayla pelas pernas e a mergulhava no lago. Fez isso umas 12 vezes. Ele confessou isso e que quando percebeu que ela havia morrido se desesperou e soltou ela no lago, depois fugiu. Queremos que ele pague ao máximo pelo crime”, contou, aos prantos, a avó.
Mesmo visivelmente abalada, ela ainda fez questão de fazer um alerta para mães solteiras em novos relacionamentos.
“Não coloquem qualquer pessoa na vida de vocês, principalmente se tiverem filhos, conversem com seus pais e fale do relacionamento abusivo porque se não pode ser tarde demais. Ele [Messias] matou minha neta de forma cruel, tudo por não aceitar a separação”, alertou.
Na audiência, estavam a mãe e o pai de Thayla Cristina, além de familiares do acusado. Ao final, defesa e acusação concordaram pedir vista – mais tempo para análise – para elaborar alegações finais, que deverão resultar na decisão da justiça sobre levar o caso a júri popular.
O caso
Na manhã de 15 de setembro de 2019, um domingo, o corpo de Thayla Cristina foi encontrado despido em uma área de lago da Travessa Dulce Estela Ribeiro, no Bairro Universidade na zona sul de Macapá dois dias depois dela completar um ano de vida.
O ex-padrasto Messias Machado Barbosa confessou ter tirado a vida da criança porque não aceitou o fim do relacionamento com a mãe da menina. Ele foi preso durante a tarde daquele domingo, horas depois que o corpo foi encontrado.
O criminoso estava escondido na casa de uma tia, no bairro Morada das Palmeiras, na zona norte de Macapá, quando foi localizado por militares da Ronda Ostensiva Tática Motorizada (Rotam) – companhia do Bope.
Ele pretendia fugir para a cidade de Portel, mas a polícia foi mais ágil. Ele confessou o crime e alegou ciúmes da namorada. Desde então está preso.