Por SELES NAFES
O prefeito e pré-candidato à reeleição em Laranjal do Jari, Márcio Serrão, negou qualquer intenção de tirar proveito eleitoral da distribuição gratuita de 2 mil kits escolares durante a festa de aniversário da esposa dele, a deputada estadual Alliny Serrão (DEM). A festa, que ocorreria no Estádio Queirogão, foi suspensa pela Justiça Eleitoral.
“Avançamos com 26 km de asfalto na cidade, estamos construindo pontes de concreto, de madeira, não falta nada na rede de saúde e nem nas escolas. Não precisamos fazer esse jogo sujo para ter votos”, disse o prefeito ao Portal SelesNafes.Com, na tarde desta segunda-feira (17).
Na sexta-feira (14), a Justiça Eleitoral acatou pedido do Ministério Público Eleitoral e determinou a suspensão do evento que ocorreria no sábado (15).
O MP e a Justiça viram claro fim eleitoral na festa, que teria como ponto alto a doação dos kits de material escolar, especialmente porque a parlamentar é esposa do prefeito e notório pré-candidato à reeleição. O juiz Almiro Deniu, da 7ª Zona Eleitoral, avaliou que a intenção era gerar um sentimento de “gratidão em massa”.
“Eu não ia participar. Não sou doido. Nem na cidade eu estava. Hoje estamos em Brasília para uma reunião no Dnit para cobrar a recuperação da BR-156”, garantiu Serrão.
“Mais de 1 mil pessoas foram para a porta da nossa casa saber o que houve (com a festa). Foi uma comoção muito grande. Vamos tornar público quem fez a denúncia ao Ministério Público”, garantiu.
Questionado pelo portal, o prefeito disse não ver problemas em realizar a festa de aniversário com doação de kits em um estádio de futebol em pleno ano eleitoral.
“Essa festa já existe há três anos, graças ao salário da deputada e a doações de outros deputados. Em março teremos a Corrida da Mulher, com mais de 2 mil mulheres. Serão distribuídos mais de 2 mil kits da corrida. Então também não poderemos fazer a corrida?”, questionou.
Esposa se vestiu de princesa para doar os kits escolares. Foto: Reprodução/Instagram
Márcio Serrão concluiu afirmando que não pretende recorrer da decisão, porque isso alimentaria a estratégia de supostos adversários políticos em colocá-lo em rota de colisão com o MP Eleitoral e a Justiça.
“Vamos procurar o MP para saber como distribuir esse material. Poderemos distribuir até em outros municípios, afinal, a Alliny é deputada estadual”.