Por SELES NAFES
Nesta quarta-feira (26), todas as atenções estarão voltadas para a Passarela do Meio do Mundo, onde a partir das 15h a Liga das Escolas de Samba fará a apuração do desfile no Amapá.
As notas dos 27 jurados que analisaram as 10 agremiações em duas noites de desfiles serão lidas pelo apresentador oficial Armstrong Souza. Aos 50 anos, o filho do lendário Mestre Sacaca se tornou um dos principais rostos do Carnaval do Amapá e a voz que o amapaense se acostumou a ouvir todos os anos no dia da apuração.
Formado em comunicação social, pós-graduado em mídia e jornalismo; e mestrando em ciência da educação, ele também é pedagogo e coleciona na carreira de locutor oficial da apuração dezenas de histórias em quase duas décadas na função.
O que você sente sendo o locutor oficial da apuração há tanto tempo?
Fazer apuração para mim é de sumo-importância. Não é somente apresentar um momento, porque a apuração é mais um evento que compõe outros que a liga realiza, como o festival de samba enredo, o desfile. Na minha opinião (a apuração) é o ápice. É preciso ter muita responsabilidade. Tem que ser narrado de uma forma diferente de outros cerimoniais, porque tem que explicar os detalhes, desde a obrigatoriedade, quem deixa de ganhar pontos, entre outras informações. Não é fácil. Fico feliz por estar lá, mas sei que em breve terá outra pessoa para fazer.
A cobertura jornalística também exerce uma pressão sobre você?
Apresentar é saber que tem muitas emissoras reproduzindo, e agora tem as redes sociais, blogs, a tensão é muito maior. A responsabilidade aumenta. É preciso se preparar. Estou hoje descansando a voz para que amanhã todos possam entender o que a gente fala com detalhes.
Você já foi hostilizado durante a leitura das notas?
Eu já tive problemas com torcidas por acharem que eu estava dando a nota. Não entendiam que eu só estava retransmitindo, não tinha nada a ver com nota de jurado. Eu já sofri muito, de me chamarem de ladrão, safado e puxa-saco.
Qual desfile te marcou?
Muitos. Mas sempre lembro quando passaram tinta na avenida (Ivaldo Veras, no Sambódromo) que acabou com o espetáculo, com todo mundo escorregando.
E qual episódio te marcou durante a apuração?
Foi num ano em que a Liga resolveu premiar todas as escolas em primeiro lugar. Foi uma leseira (risos).