Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
A torcida e a comunidade da Piratas da Batucada, a grande campeã do carnaval amapaense 2020, entoaram, além do samba enredo da escola, o bordão “outro patamar”, em uma referência à hegemonia que a escola conquistou no Amapá.
O termo foi emprestado do centro avante do Flamengo, Bruno Henrique. Mas o presidente da agremiação, em comemoração, esclareceu que em nenhum momento se trata de algum tipo de soberba da escola.
A festa da escola saiu de dentro da quadra, no bairro Santa Inês e ganhou a orla, que teve que ser interditada para a comemoração da comunidade da zona sul passar e ficar.
“Não é soberba, é só fazer o que a gente faz, a gente não brinca de fazer carnaval. Teve escola que recebeu a mesma ajuda de custo que o Piratão e sai com uma alegoria. Nós saímos com três e mais um tripé. É outro patamar mesmo, é o trabalho da comunidade, somos uma escola da comunidade”, declarou o presidente Marcelo Zona Sul.
Sobre números, Zona Sul exaltou o esforço da comunidade e da diretoria para elevar o padrão do desfile da agremiação, como a realização de eventos o ano inteiro. Foram vendidas 800 camisas ao preço de R$ 50 e mais de 300 camisas a R$ 170. Houve também shows, como o evento recente com o cantor Dudu Nobre.
Tudo isso, mais outros esforços e aportes, resultou em uma receita de aproximadamente R$ 600 mil, em que a parcela do poder público, foi a menor parte.
Carnaval preenche o vazio na alma das pessoas que amam o carnaval
A multicampeã que há 18 anos é a rainha da bateria do Piratão, Piedade Videira, contou que muito mais do que o lado financeiro, o aporte cultural e histórico do carnaval são fundamentais. Assim, ela comemorou o retorno dos desfiles.
“Estou muito feliz pelo título, mas muito também pelo retorno do carnaval. Quero parabenizar todas as escolas. O carnaval preenche o vazio da alma das pessoas que amam o carnaval. Eu tenho a idade de espírito de uma criança. Eu sou, talvez, o próprio Peter Pan”, concluiu a rainha, com bom humor.