Por RODRIGO ÍNDIO
Companhias cancelando viagens, passageiros ilhados, agências acumulando prejuízos e gerando demissões fazem parte do cenário da crise aérea nacional em função do coronavírus, e o Amapá, claro, não escapou. Donos de 30 agências filiadas e não filiadas à Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV) discutiram o assunto nesta sexta-feira (27).
Segundo os empresários, a Azul cancelou todos os voos para o mês de abril. Já a Gol e a Latam prometeram intercalar voos, mas ainda há incertezas.
Dos sete voos comerciais diários para Macapá, a expectativa é de que reste apenas um, mas isso ainda vai depender do que a Latam e a Gol decidirem.
Em um dos últimos voos feitos de Belém para Macapá, na quinta-feira (27), houve passagens sendo vendidas por R$ 2,7 mil.
O Portal SN apurou que uma nova malha viária aprovada pela Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) começa a vigorar neste sábado (28). Dos 14 mil voos semanais em todo o país, restaram apenas 1,2 mil, uma redução de 91%.
No aeroporto, lojas da Gol…
…e Azul fechadas. Fotos: Rodrigo Índio
Nem os donos de agências são atendidos pelas aéreas
Mobilização
Um grupo de donos de agências de viagens se reuniu hoje para discutir crise. A mobilização ocorreu em frente aos boxes das companhias áreas dentro do Aeroporto Internacional de Macapá.
Os empresários alegam que as empresas aéreas não estão nem atendendo ligações dos passageiros, que acabam procurando as agências que também estão de mãos atadas.
Antônio Maria Brito, dono de uma das agências, vê o momento como caótico, e lembra que o transporte fluvial também está suspenso. O Amapá está isolado.
Após o falecimento de seu pai, a comerciante Patrícia Estevam tenta trazer a mãe Maria de Lurdes da Silva, de 81 anos, do interior da Paraíba para morar em Macapá. A tentativa ocorre desde antes da pandemia do coronavírus.
Patrícia conta que a Azul remarcou várias vezes a passagem. Recentemente, ela foi informada pela empresa que a viagem para Macapá ficou para maio.
A empresária Rosângela Chagas disse que não há voos previstos para saírem do Estado até o dia 31 de março.
“Vamos formalizar um documento junto ao Procon, prefeitura e governo do Estado. Vamos nos resguardar de futuras reclamações trabalhistas, fiscal e jurídica, porque somos os intermediadores o problema é causado pelas empresas devido a pandemia. Pedimos ajuda também para nos mantermos porque agora nós estamos sem remuneração”, comentou.