Por SELES NAFES
A suspensão da maior parte das atividades comerciais e de serviços prevista no decreto do governo do Amapá, para evitar o contágio do coronavírus, atingiu em cheio vários setores da economia, entre eles o de alimentação pronta. Os restaurantes já começaram a demitir.
O decreto, apresentado ontem (19) à noite pelo governador Waldez Góes (PDT) e pelo prefeito Clécio Luís (Rede) prevê a suspensão do atendimento em salão para restaurantes, bares e lanchonetes por 15 dias corridos. Escaparam os supermercados, atacadistas, panificadoras e batedeiras de açaí, mas shoppings e suas praças de alimentação não poderão funcionar.
De acordo com Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, são mais de 1,2 mil empresas em atividade em todo o Estado que estavam empregando perto de 13 mil trabalhadores.
“As demissões já iniciaram, e algumas empresas vão adotar férias coletivas. Quem não trabalhava com delivery está se adaptando, se reorganizando”, explica o diretor da Abrasel, Sandro Bello.
A associação calcula que pelo menos 40% dos trabalhadores serão dispensados.
Fardo
Apesar da decisão dos restaurantes de concentrar esforços na entrega de comida em domicílio, as empresas estão tendo dificuldades para se abastecer no ramo atacadista.
“Os atacadistas estão limitando as compras. Alguns não estão vendendo em fardos para os restaurantes, e isso criou uma dificuldade. As redes não estão priorizando quem trabalha com alimentos. Estamos conversando com essas empresas explicando que é uma situação diferenciada. Há famílias com dificuldades para produzir alimentos dentro de casa”, comentou.
Para estimular a procura pelo delivery, cerca de 250 empresas decidiram fazer promoções e a maioria abriu mão das taxas de entrega.