Paciente consegue cloroquina após apelo na internet

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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

A cloroquina, composto utilizado em medicamentos de combate a doenças como malária, artrite reumatoide e lúpus, está em falta nas prateleiras das farmácias amapaenses.

Pela internet, uma pessoa, que preferiu não se identificar, buscou onde comprar e até doações do remédio e em menos de 24 horas de anúncio conseguiu receber uma cartela de outro paciente.

O Portal SelesNafes.com verificou em cinco farmácias nas zonas sul, central e norte de Macapá e também em Santana e o remédio não foi encontrado. Não há previsão para a chegada do medicamento. Funcionários relataram que remédios que contém o composto tem tido grande procura.

Após apelo nas redes, jovem conseguiu doação do medicamento para a mãe. Imagem: arquivo pessoal

O remédio que a internauta pedia era o Reuquinol que está descrito em sua bula como um “sulfato de hidroxicloroquina”. A mãe da pessoa tem lúpus, uma doença autoimune em que o paciente faz uso contínuo do medicamento. A resposta ao pedido feito na internet foi rápida.

“Ontem ela [mãe] tomou o último comprimido e depois de assistir ao pronunciamento do Ministério da Saúde, em que o ministro pedia para as pessoas devolverem os remédios para farmácias ou doarem a um hospital, decidi divulgar na esperança de alguém ter comprado sem necessidade”, contou a mulher.

Nesta quinta-feira (26) ela já foi buscar a cartela, que vai durar por 15 dias. Sobre a doação e o doador, ela e sua mãe demonstraram agradecimento.

“Um sentimento de empatia, pois ela [a pessoa que doou] sabe da importância do medicamento para o tratamento (…). Tanto eu como minha mãe, estamos muito gratas com a generosidade” afirmou a internauta.

Antes da doação, ela afirmou já ter ido em exatas 10 farmácias de Macapá e não encontrou o medicamento. Sobre o motivo da falta, ela pensa na hipótese de que as pessoas ouviram falar sobre o medicamento na mídia e, sem maiores informações, foram comprando ou que pacientes crônicos tenham ficado com medo de desabastecimento e acabaram estocando o remédio.

Procura pelo medicamento procurou, apesar de ainda estar sendo testado em pacientes com o covid-19. Foto: Marco Antônio P. Costa/SN

Aumento da procura

A busca pelos medicamentos à base da cloroquina ou hidroxicloroquina se intensificou desde que estudos preliminares e não conclusivos apontaram o medicamento como possibilidade de tratamento em pacientes graves acometidos pelo covid-19.

Nos EUA, o presidente Donald Trump chegou a apresentá-lo como possível cura. No Brasil, também o presidente da República, Jair Bolsonaro, deu declaração com entusiasmo onde determina ao Exército a fabricação do medicamento.

No entanto, autoridades sanitárias e a comunidade científica pedem cautela e para aguardar as conclusões das diversas pesquisas que estão sendo realizadas. Mais concretamente, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), divulgou nota no dia 19 de março recomendando que nenhum medicamento à base de cloroquina ou outros compostos, de eficácia não comprovada, sejam utilizados por médicos e pacientes.

A nota da SBI pede também que as pessoas não se automediquem.

Seles Nafes
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