Por SELES NAFES
A empresa contratada pelo governo do Amapá para içar o navio Anna Karoline III, que naufragou no último dia 29 de fevereiro, iniciou hoje (21) a complicada operação para retirar o navio do fundo do rio Jari. Antes de iniciar a subida da embarcação, mergulhadores da empresa terão várias etapas difíceis pela frente.
A operação acontece numa área que foi interditada pela Marinha do Brasil, e que tem cerca de 1,5 milha, o equivalente a 2,6 km de diâmetro. A navegação está proibida neste trecho.
Os mergulhos para resgate de corpos foram cancelados. Desde o último dia 11, quando o último foi encontrado dentro do navio, os mergulhadores bombeiros não acharam mais vítimas. Por enquanto, a lista oficial de mortos na tragédia é de 34 pessoas.
A partir de hoje, mergulhadores da empresa farão a inspeção no navio. Objetivo é saber quantos metros ele afundou na lama, o que será determinante para o restante da operação que conta com balsa-base e dois guindastes, além de flutuadores e geradores de energia.
“Depois disso, os mergulhadores irão vedar todos os suspiros por onde pode vazar combustível, e irão colocar as barreiras de contenção de óleo para deter um possível alastramento em caso de vazamento”, explica o secretário de Segurança Pública, coronel Carlos Souza, que acompanha a operação e irá até o local do naufrágio.
Depois dessa etapa haverá a sinalização do rio e serão colocados os flutuadores. Só depois é que será executada a amarração das correntes na polpa e na proa do navio.
Imagens de um equipamento de scanner da Marinha (foto acima) mostram que a embarcação está tombada de lado a 12 metros de profundidade e a 400 metros de distância da margem do rio.
Além de bombeiros do Amapá, o GTA está no local acompanhando a operação. A partir de segunda-feira (23), delegados e peritos da Polícia Civil e Polícia Técnica do Amapá irão para o local acompanhar a possível retirada de corpos de dentro do navio.
Toda a operação vai custar R$ 2,5 milhões aos cofres do Estado. Cerca de 40% do valor foi pago antecipadamente. O governo disse que irá processar a empresa dona do navio para reaver os recursos.