Naufrágio: Em respeito, voluntários combinam não bater fotos das vítimas

Buscas são feitas também por pessoas comuns. Comunidade evangélica dá apoio
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Por SELES NAFES

Voluntários que ajudam nas buscas e resgate dos corpos das vítimas do naufrágio com o navio Ana Karoline III, no Rio Jari, no Sul do Amapá, combinaram não bater fotos dos cadáveres que estão sendo encontrados, especialmente de crianças.

Os corpos estão muito afetados pela ação dos candirus, pequenos peixes carnívoros muito comuns em rios da Amazônia, e que costumam se alimentar de animais mortos.

“A criança que eu puxei da água estava irreconhecível. Muito forte a imagem. Combinamos de não bater fotos, e combinamos não fazer. Por enquanto todos atenderam”, diz o soldador Antônio Lobato, um dos voluntários.

Ele mora em Macapá, mas passou os últimos dois dias no local do acidente. O objetivo era atender o pedido de familiares e tentar localizar uma família de quatro pessoas que são membros da igreja evangélica Getsêmane, congregação da Assembleia de Deus.

“É o casal Edinho e Sudelma, e os dois filhos. Encontramos apenas ela boiando”, relatou.

Uma comunidade evangélica às margens do local onde o acidente ocorreu se colocou à disposição para dar apoio às equipes de buscas. São os moradores que estão fazendo as refeições aos militares e voluntários que estão nas buscas.

“Essa comunidade evangélica está sendo nota mil”, avaliou Lobato, que voltou para Macapá depois de dois dias ininterruptos de trabalho.

Até o início da manhã desta segunda-feira (2), 13 vítimas fatais haviam sido localizadas por mergulhadores do Corpo de Bombeiros. Dez foram resgatadas no domingo (1) de dentro da embarcação. 

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