Por SELES NAFES
O delegado Victor Crispin, da 1ª Delegacia de Santana, solicitou à Capitania dos Portos todos os dados oficiais, histórico e documentos do navio Ana Karoline III, que afundou no Rio Jari no último dia 29 matando 29 pessoas e deixando vários desaparecidos. A intenção é esclarecer se o Ana Karoline III já havia naufragado antes usando outro nome.
Relatos nas redes sociais logo após o naufrágio no Amapá compararam fotos do Ana Karoline III com o “Sobral Santos II”, atual “Cisne Branco”.
O Sobral Santos II naufragou em 1981, mesmo ano do ano do Novo Amapá, matando mais de 250 pessoas na cidade de Óbidos (PA), onde fazia uma escala.
Segundo a TV Bandeirantes de Manaus, o navio tinha partido de Santarém com destino a Manaus levando 300 toneladas de carga e cerca de 200 passageiros quando virou no momento da atracação em Óbidos.
Ana Karoline III também se chamou Sobral Santos, só que era o “Sobral Santos I”, o que talvez tenha confundido os internautas. Uma foto postada no blog Norton Sussuarana, de Santarém, mata a charada: o Cisne Branco (ex-Sobral Santos II) e o Ana Karoline III (ex-Sobral Santos I) aparecem atracados lado a lado no porto de Santarém (AP). Uma grande coincidência, tanto no momento da foto quanto nos primeiros nomes de ambos.
No entanto, isso não quer dizer que o Ana Karoline III também não tenha naufragado antes usando outro nome. É bem comum no setor náutico que embarcações afundadas sejam recuperadas, vendidas e rebatizadas com outros nomes.
O Portal SelesNafes.Com solicitou formalmente à Capitania dos Portos todo o histórico do Ana Karoline III, mas o pedido ainda não foi atendido.
Já o delegado Victor Crispin encaminhou ofício à Capitania dos Portos solicitando o depoimento da equipe que vistoriou o navio no dia 28, antes de partir para a viagem fatal.
A suspeita é de que um possível excesso de carga tenha desestabilizado o navio quando ele enfrentava uma tempestade 10 horas depois de ter partido do porto de Santana.
No início da manhã de hoje, a prefeitura de Almeirim (PA) anunciou que uma empresa cedeu um guindaste para fazer a reflutuação do Ana Karoline III.