Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
As medidas de quarentena adotadas através dos decretos estadual e municipais, em atendimento às orientações dos especialistas sanitários, também tem marcantes consequências econômicas. No Amapá, os motoristas de aplicativo estão entre as categorias que mais sentem esse impacto.
Nesta semana em que o decreto estadual teve um efeito mais forte e a quarentena tem sido mais efetiva, como medida preventiva ao contágio do Covid-19, a categoria praticamente parou de trabalhar.
O Portal SelesNafes.com conversou com Charles Gonzalez, presidente da Associação de Motoristas de Aplicativo do Amapá.
Charles explicou que o motorista de aplicativo geralmente é um trabalhador que não conseguiu posição no mercado de trabalho na sua área de origem e em tempos de desemprego alto em todo país e no Amapá, muitos trabalhadores viram na atividade uma oportunidade de sustento.
Um agravante no momento é que muitos dos motoristas autônomos alugam carros em locadoras de veículos com planos mensais específicos para esse fim. Sem rodar, impedidos pela falta de clientes, muitos estão devolvendo os carros às locadoras, que já estão com os pátios lotados.
Há, inclusive, uma foto circulando pelas redes sociais com filas de motoristas entregando carros em uma rede de locadoras. A foto, esclarece Charles, é em Belém (PA), mas a realidade no Amapá, é a mesma.
“Como que vai pagar mil reais de aluguel, novecentos? Não tem como pagar, e muita gente roda de carro alugado. Até que há descontos grandes das locadoras, mas sem clientes, não há o que fazer. Eu consegui fazer uma compra, mas e quando acabar daqui há alguns dias?”, comentou o motorista.
Para a associação, os governos deveriam verificar formas de ajudar, conceder algum subsídio não apenas para os motoristas de aplicativos, mas para os taxistas e todos os trabalhadores autônomos e informais que não terão como manter sua renda neste período de quarentena.
“Olha, o governo do Pará liberou uma linha de empréstimos pelo Banpará com uma taxa de 0,2%, então aqui poderia ter algo parecido, uma espécie de fomento. Também as tachas, como o IPVA e outras municipais, pensar em maneiras de tentar segurar esse problema social que é grande”, propôs Gonzales.