Por SELES NAFES
Em 5ª lugar no ranking nacional de casos, o Amapá pode endurecer as medidas que limitam a circulação de pessoas. Proposta, que inclui até bloqueio rodoviário por forças policiais, será defendida hoje (9) pela manhã em reunião de governo pelo superintendente de Vigilância em Saúde, Dorinaldo Malafaia.
Ele criticou a reabertura de parte do comércio no município de Santana, cidade que faz parte da região metropolitana de Macapá, e que é a segunda em quantidade de casos confirmados.
No início da semana, o prefeito Ofirney Sadala (PHS) assinou decreto permitindo a reabertura da maioria das empresas comerciais.
“Fomos surpreendidos. Uma medida completamente descabida que vai gerar tudo o que a gente não recomenda. O momento não é de frouxidão, é de radicalização de medidas”, avaliou o superintendente.
Ontem (8), o Amapá e mais 9 estados entraram para a lista de emergência do Ministério da Saúde em função da quantidade de casos confirmados de covid-19. Até ontem à noite eram 107 casos com duas mortes, sendo uma delas em Santana.
“Entramos ontem no status de emergência nacional. Entramos no radar no MS. Sabíamos que teríamos esse crescimento (de casos) na medida em que aumentamos a nossa capacidade laboratorial com o Instituto Evandro Chagas e com os nossos testes rápidos”, explicou Dorinaldo Malafaia.
O superintendente demonstrou imensa preocupação com a quantidade de pessoas circulando, especialmente em supermercados, lotéricas, bancos e ruas.
“As ruas estão cheias, supermercado, bancos, os ônibus. Temos que proteger Santana e Mazagão (região metropolitana) que ainda não tem nenhum caso. Vou recomendar que ele (prefeito de Santana) repense”, adiantou.
Aglomeração de pessoas em feira de peixe popular nesta quarta-feira (8). Foto: Rodrigo Índio
Em Santana, prefeito Ofirney liberou boa parte do comércio para reabrir. Foto: Seles Nafes/Arquivo SN
Frentes
Além do aumento da capacidade laboratorial e da preparação de um centro para internar os pacientes mais graves, os órgãos epidemiológicos do Estado se concentram em três frentes.
A primeira é de qualificar informações a partir dos casos já confirmados para conter o vírus. Por isso, os técnicos estão investigando um a um os 107 casos já confirmados para identificar onde vivem e se são do grupo de risco, entre outras informações, além de acompanhar como está o isolamento dessas pessoas.
A segunda frente é nos hospitais.
“Fizemos 200 testes entre profissionais de saúde do Hospital de Emergência de Macapá e hoje vamos para Santana. Em Macapá encontramos sete casos e já isolamos”.
“A terceira e a mais importante frente é radicalização das medidas de isolamento. Vou propor bloqueio rodoviário nas saídas e entradas de Macapá, Santana e Mazagão para barrar circulação desnecessária de motoristas”, revelou.