Por RODRIGO ÍNDIO
O superintende de Vigilância em Saúde do Amapá, Dorinaldo Malafaia, projetou que se as pessoas continuarem desrespeitando as medidas de quarentena para combater a covid-19, o número de casos da doença no Amapá dobrará e passará a ser de mais de 2 mil infectados ainda na primeira quinzena de maio.
A tendência, segundo Malafaia, também é que mais pessoas com obesidade, diabetes e hipertensão morram nesse período, tendo em vista que dos óbitos já registrados no Estado, 90% das pessoas tinham alguma complicação por alguma doença nas quais essas três lideram o ranking do estudo.
“Não quero assustar ninguém e nem passar nenhum dado alarmante, mas é a realidade. Projetamos isso, se continuar do jeito que está havendo descumprimento das medidas de isolamento o número vai aumentar”, avaliou o gestor.
O comunicado foi feito nesta terça-feira (28), durante a apresentação do mapa de comportamento dos casos de covid-19 em Macapá e Santana. O estudo feito pela SVS, entre os dias 14 e 27 de abril, identifica a condição do paciente, bem como local onde vive e mostra também se pessoas próximas foram contaminadas.
De acordo com o relatório, as áreas mais afetadas pelo novo coronavírus na capital são a região central de Macapá e o bairros Infraero 1 e 2, na zona norte da capital. A partir desses dados, a equipe de saúde faz o acompanhamento dos pacientes em casa.
“Em todas as avaliações que nós acompanhamos, a característica primordial é que ela surge em centros para a periferia. Quando chega nessas áreas onde na maioria têm aglomeração de pessoas e insalubridade, nós podemos ter um agravamento de casos e isso preocupa muito o Estado”, enfatizou Malafaia.
O que chama a atenção no mapa, é que os bairros Novo Horizonte, Daniel e Elesbão, em Santana, não apresentaram nenhum caso da doença. O Elesbão é considerado uma área periférica na área portuária da cidade e é bastante populoso. A atenção está sendo redobrada nessa região.
Em uma semana no Estado, o número de óbitos dobrou. O dado indica uma curva ascendente e o superintendente explicou o porquê.
“Indica o que a gente vem informado sobre o crescimento da pandemia no mês de abril. Ela é uma doença silenciosa nos primeiros momentos, muitos assintomáticos – que não apresentam sintomas – acham que não estão contaminados. Isso acaba transmitindo para outro grupo populacional e em sete a 14 dias temos uma expansão grande de casos”, esclareceu Malafaia.
Após a disseminação, grupos populacionais vulneráveis como os diabéticos, hipertensos e os obesos são afetados. Isso reflete no agravamento na situação de saúde dessas pessoas e as leva ao óbito.
O ideal, segundo a SVS, é ficar em casa, evitar aglomerações e se sair em caso de extrema necessidade usar máscara.