Por OLHO DE BOTO
A Polícia Civil do Amapá investiga se há uma quadrilha por trás dos dois homens que foram presos na segunda-feira (13) usando documentos falsos para obter antibióticos e outros medicamentos controlados da rede pública de saúde em Macapá. Uma farta documentação forjada e roubada foi apreendida com eles.
O caso está sendo apurado pelo delegado Nixon Kennedy, da 9ª DP da capital. Segundo ele, os crimes ocorriam há pelo menos dois meses. A Polícia não revelou os nomes dos acusados. Eles têm 50 e 54 anos.
O primeiro foi preso no momento em que tentava obter mais um medicamento na Unidade de Básica de Saúde do bairro do Muca, na zona sul de Macapá. Ele foi surpreendido por agentes da 9ª DP, que já investigavam o caso. O outro acusado foi preso em sua casa, onde os policiais encontraram a farta documentação.
O delegado Nixon explicou que eles usavam documentos falsos ou roubados, receitas médicas forjadas, para obter medicamentos na rede pública municipal de saúde.
“Conseguiram obter [remédios] em algumas unidades da capital, como Lélio Silva e posto do bairro Congós”, confirmou o delegado.
Na casa onde um suspeito foi preso, foram apreendidos receituários que solicitavam medicamentos conhecidos como “tarja preta”, usados em tratamento de saúde mental, que são de alto valor e raros na rede pública.
Os formulários em blocos tinham timbres das mais diversas unidades de saúde, com timbres falsificados da rede particular, da Universidade Federal do Amapá (Unifap), do Hospital de Clínicas Alberto Lima (HCAL) – o principal do Estado – além de atestados médicos e de saúde ocupacional e carimbos, tudo forjado.
Agora, eles devem responder por uso e falsificação de documentos públicos, falsidade ideológica e pela subtração dos receituários. Os crimes são inafiançáveis.
“Certamente esses medicamentos obtidos da rede pública mediante fraude eram comercializados clandestinamente. E eles responderão por isso também. Ressalte-se que a venda de medicamento de uso controlado é um crime grave”, enfatizou o delegado Kennedy.
Segundo ele, a investigação agora vai se debruçar em descobrir se há o envolvimento de mais pessoas. Ainda não é possível afirmar se houve a participação de funcionários de unidades na obtenção de alguns dos formulários.
Até a publicação desta reportagem, os dois acusados ainda aguardavam audiência de custódia.