Em Afuá, prefeitura fecha cidade e intensifica fiscalização a “clandestinos”

Decreto municipal proibiu entrada de pessoas na cidade durante a pandemia. Foto: Luiz Filipe Seixas
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Afuá, município paraense que compõe o Arquipélago do Marajó, registrou até o momento um caso confirmado de covid-19. Desde então, ações de fiscalização têm sido intensificadas para impedir a entrada de pessoas na cidade para evitar que o vírus se espalhe.

Desde o dia 20 de abril, a partir do Decreto 135/2020, assinado pelo prefeito Odimar Wanderley Salomão (PSD), a entrada de pessoas na ilha está proibida. As aulas estão suspensas e eventos e aglomerações de pessoas também estão impedidos.

Antes de decreto, município paraense tinha fluxo grande de viagens para Macapá. Foto: arquivo SN

Restaurantes e pizzarias, por exemplo, só podem funcionar com serviços de entrega em casa. A atividade econômica mais forte da cidade, o comércio varejista, é o único segmento que está funcionando, de 07 às 21 horas, mas com uma forte diminuição no movimento.

Formado por dezenas de ilhas e centenas de habitações e vilas isoladas, a tarefa da prefeitura no município não é das mais simples. Diariamente, antes do decreto, barcos médios e grandes faziam linha para Macapá transportando além de cargas centenas de passageiros. Outras centenas de pequenas embarcações tinham um grande fluxo diário entre os vilarejos e a sede do município, o que dificulta a inspeção.

Esse é o maior desafio das equipes de fiscalização da prefeitura, que recebem o auxílio da Polícia Militar do Estado do Pará (PM-PA).

Apensar da proibição de aglomerações, jovens jogam futebol em campo. Foto: Luiz Filipe Seixas

Paciente positivo

A secretária de saúde do município, Valéria Lacerda, esclareceu que o único caso confirmado em Afuá é de um homem com 40 anos de idade, que chegou até a sede do município de forma clandestina, ou seja, em uma viagem de barco não oficial.

O homem chegou a ter febre, mas seus sintomas não foram severos. Nesta quarta-feira (22), ele receberá alta. Um novo teste deverá ser feito antes que o paciente, que até então esteve em isolamento domiciliar  e recebendo visitas diárias das equipes de saúde, possa voltar à circulação.

Ligação com o Amapá

Apesar de se tratar de um município paraense, a relação comercial e de pessoas de Afuá é majoritariamente com o Estado do Amapá, mais especificamente com Macapá. A proximidade geográfica fez com que gerações inteiras de afuaenses tenham construído suas vidas no Amapá.

Com uma população de quase 33 mil habitantes, a sede do município tem uma unidade mista de saúde que conta com atendimento de urgência e emergência e também maternidade. Entretanto, o município possui apenas o que se chama de atenção básica, e caso ocorram casos graves de covid-19, o Amapá será uma das opções para transferência.

“Nossa relação com o Amapá é excelente. Tanto os amapaenses que necessitam de atendimento de média e alta complexidade em Belém, quanto nós de Afuá e também Chaves necessitamos de auxílio do Amapá, e isso nunca nos faltou, pela relação boa que há entre os dois lugares”, contou Valéria Lacerda, secretária de saúde do Município.

Economia de Afuá é baseada no setor primário. Foto: arquivo SN

Os exames descartados e o confirmado de Afuá foram realizados pelo Lacen do Amapá. A outra opção além do transporte por “ambulancha” para Macapá, em caso de agravamento, é o transporte aéreo para Belém.

“Atualmente, não temos nenhum caso suspeito embora estejamos monitorando pessoas. Não estamos aguardando o resultado de nenhum exame e a população está colaborando. Há uma diminuição no movimento e as pessoas estão de máscaras nas ruas. Iremos seguir trabalhando na fiscalização”, concluiu a secretária.

Seles Nafes
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