Por RODRIGO ÍNDIO
Hostilizado nas redes sociais e acusado de matar asfixiada a namorada Paula Thainá Rodrigues Paixão, de 27 anos, o mecânico Artur Conceição de Souza Lemos, de 36 anos, chorou ao alegar inocência, nesta quarta-feira (1º), em entrevista exclusiva a Portal SelesNafes.Com.
Ele foi acusado pela família da jovem de ter tirado a vida dela, com quem se relacionava havia 4 meses. Os dois moravam juntos.
Esta semana, o mecânico teve a foto publicada em uma página de jornalismo do Facebook, onde foi identificado como “feminicida”, e que estaria sendo procurado pelo crime.
Na entrevista, Arthur deu sua versão do que teria ocorrido no domingo (29), num terreno de propriedade particular na comunidade quilombola do Maruanum II, distrito a 55 km de Macapá.
SN: Com quem vocês foram para o local e o que foram fazer?
Artur: Fomos ter um dia de lazer, saímos de manhã cedo e voltaríamos no final da tarde. Fomos no meu carro e estávamos com dois amigos dela, levamos bebidas e churrasco. Chegando lá, começamos a nos divertir entre nós. O Zeca Góes, que é o dono do terreno e umas outras pessoas que moram na redondeza, também estavam lá.
Algumas pessoas dizem que vocês brigaram. Houve briga?
Não houve em nenhum momento alguma discussão. Estávamos muito bem. Isso tudo é mentira.
O que de fato aconteceu na hora da fatalidade?
Eu e ela estávamos no trapiche. Perguntei pra ela que hora nós iríamos, e ela respondeu 17h. Isso foi umas 16h. Aí fui pra escada do trapiche e comecei a tomar banho lá mesmo porque eu não sei nadar e nem ela. Aí ela levantou da cadeira, veio com uma latinha na mão e falou simplesmente ‘eu vou dar um mergulho’. Assim ela fez e não voltou mais. Logo que dei falta chamei o socorro de quem tava lá. Eles começaram a procurar na água, mas não acharam ela. Fiquei desesperado.
Em que momento vocês acionaram os bombeiros?
O sinal de telefone lá é muito ruim, mas seu Zeca Góes [dono do terreno] conseguiu acionar o socorro, só que eu tive que ir pra beira da estrada com a Marlúcia, amiga da Paula, esperar eles porque eu não conhecia a estrada e já ia anoitecer. Quando os bombeiros chegaram no local já era umas 20h45 a 21h porque estavam de caminhão. Mas lá eles disseram que não podiam fazer nada no momento porque não fazem buscas de noite e disseram que passariam a demanda para outra guarnição pela manhã.
E o que você fez, ficou no local ou veio pra Macapá?
Vim junto com eles para avisar todos aqui sobre o ocorrido, só que eles vieram no caminhão e eu no carro. Cheguei primeiro que eles aqui. Quando pegou sinal atendi o telefone dela e o meu na beira da estrada mesmo e fui avisando. Quando foi 4h30 da manhã retornei para o local para poder esperar os bombeiros que chegaram por volta de 08h30. Os amigos dela que foram com a gente dormiram lá.
Em quais condições o corpo foi encontrado?
Foi encontrado por volta de 11h pelos Bombeiros uns sete metros de onde estávamos. Tava numa malhadeira e não deixaram a gente chegar perto devido a perícia. Como as amigas dela já queriam fazer confusão comigo, eu achei melhor me retirar para não arrumar intriga.
E depois, você realmente fugiu?
Não. Vim pra Macapá e fiquei na minha casa desnorteado pela perda de alguém que tanto amo.
Como soube das acusações de que você teria matado sua namorada asfixiada e jogado o corpo no rio?
Soube pelas redes sociais. Quando saiu o laudo comecei a receber diversas mensagens com prints e áudios me acusando. Mas as pessoas não entenderam que a asfixia (constante no laudo) foi por afogamento, não que eu tivesse engasgado a Paula e jogado no rio. Jamais eu faria isso.
O que acha da acusação na web e o que ela gerou pra você?
A página que publicou deveria ter ao menos verificado e apurado o caso antes de fazer acusações sem fundamento. Minha vida está um pesadelo. Não posso mais sair da minha casa, não pude ir no velório por conta disso. Mas não vai ficar assim, vou processar. Só saí agora pra dar essa entrevista para desabafar e me retratar, porque estou sem chão.
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Artur Conceição enfatizou que está à disposição da justiça, que não está foragido e falou o que sente no momento, e quais medidas judiciais tomará daqui pra frente. Acompanhe:
A reportagem tenta contato com a família de Paula Thainá Rodrigues Paixão.