Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
Depois do fechamento das fronteiras bolivianas e de uma longa viagem, com quase duas semanas em translado, oito estudantes amapaenses e uma criança retornaram para Macapá na tarde desta quarta-feira (6).
O grupo veio em um voo comercial e desembarcou no começo da tarde, no Aeroporto Internacional de Macapá.
Os estudantes fazem o curso de medicina em Santa Cruz de la Sierra, no Altiplano boliviano e após o fechamento das fronteiras do país determinado pelo governo, no dia 26 de março, voltar para o Brasil ficou muito mais complicado.
Foi aí que o consulado brasileiro, procurado pelas famílias e pelos estudantes, entrou em ação para conseguir uma autorização especial possibilitando que os estudantes pudessem deixar o país.
A viagem foi longa porque os aeroportos do país estão fechados e os estudantes tiveram que viajar de ônibus até o Brasil. Dentro do país natal, a dificuldade foi em encontrar um voo para o Amapá.
A Assembleia Legislativa do Estado, por intermédio do deputado estadual Dr. Furlan (Cidadania) e da comissão de direitos humanos, ajudou as famílias com passagens, hospedagem e trâmites necessários para que a viajem fosse realizada.
Família na medicina
O jovem casal Rafaela Rabelo, Marcel Mourão e a sua filha Pietra Rabelo chegaram no Aeroporto Internacional de Macapá e puderam reencontrar os familiares. O encontro da avó com a neta, que já nasceu na Bolívia, foi cercado de emoção.
“A vinda foi bem complicada e longa. Saímos de Santa Cruz dia 26 de abril e seguimos viagem para Campo Grande (MS), onde tivemos que ficar sete dias por conta da dificuldade de conseguir voo. O problema maior é que a quarentena da Bolívia é restrita, fronteiras fechadas, aeroportos fechados. Dependendo da sua numeração de documento, você só podia sair em dia correspondente, até meio-dia. Sábado e domingo ninguém pode sair às ruas” contou Rafaela.
Apesar de no Brasil e no Amapá os índices de coronavírus serem bem mais altos que na Bolívia, ficar com a família falou mais alto. Além disso, a estudante que já está no internato, complementou.
“Eu e meu esposo já estamos no internato e não estávamos podendo ir, por causa da nossa saúde e da saúde da nossa filha. Eles fizeram o certo lá, e no segundo caso já vieram com a quarentena. Hoje a situação está bem mais controlada lá”, concluiu a estudante.