“Planta a bunda no sofá e fica em casa”, pedem moradores na periferia de Macapá

Campanha bem humorada de conscientização também realiza outras atividades e mobiliza por doações de cestas básicas para a comunidade
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Na 10ª Avenida do bairro Congós, zona sul de Macapá, uma faixa com uma mensagem direta para a população busca conscientizar sobre a importância das medidas de quarentena e isolamento. Mas não é só isso, a organização social no local dá bom exemplo e busca conseguir alimentos, doações e alertar a vizinhança.

A medida é organizada pelo Centro de Atividades Sociais da Periferia (Casp), movimento social que funciona há pelo menos cinco anos em uma casa cedida para essa finalidade no início da rua.

Usando bom humor, faixa na entrada da área de pontes deixa alerta de prevenção ao coronavírus para a comunidade. Fotos: divulgação

A faixa diz: “descobriram a planta que vai acabar com o coronavírus: planta a bunda no sofá e fica em casa”, e a ideia dos formuladores foi justamente chamar a atenção para o fato de que ainda não há vacina, nem cura para a doença e que, segundo os especialistas sanitários, o isolamento social é a principal maneira de conter a propagação do vírus.

Cestas básicas são distribuídas em centro comunitário

 

Voluntários do Casp: mais de 300 cestas doadas

No espaço onde o Casp funciona há aulas de reforço escolar, capoeira, corte e costura e outras atividades que tiveram que parar por causa da pandemia. Mas logo seus organizadores perceberam as necessidades dos moradores.

“Já entregamos mais de 300 cestas. Temos cadastradas mais de 400 mães de família no projeto da CUFA [Central Única das Favelas]. Mas não apenas entregamos donativos, fazemos conscientização: a pessoa tem que vir com máscara, com a própria caneta para assinar e aproveitamos para repassar sobre todos os cuidados necessários”, contou Izam Cabrero, um dos organizadores do centro.

Izam Cabrero: além das doações, conscientização é trabalhada com a comunidade

Os itens das cestas foram comprados no próprio bairro para fortalecer o movimento local e Izam faz questão de destacar iniciativas parceiras como o Amapá Solidário e a Rede Integrada de Pesquisa no Amapá, que são iniciativas mais globais de solidariedade e auxílio às populações mais vulneráveis socialmente.

Organização

Izam ressalta que é necessário que cada periferia amapaense comece a ter um exemplo parecido, com organização dos próprios moradores. Ele conta que há pessoas que eles tem o contato, que sequer tem CPF, por exemplo, e que nenhum braço do Estado conseguiu chegar até esse morador.

“É necessário organização das pessoas, em cada rua, em cada periferia, para organizar o povo a lutar pelas questões básicas e em momentos como esse poder ajudar toda a comunidade. Onde não tem liderança, que se crie uma liderança. Aqui já estamos bem organizados e estamos lutando pelos nossos”, contou.

Centro está aberto para doações

A comunidade de mais de mil pessoas segue precisando de ajuda. Para as crianças, além de alimentos, fraldas. Absorvente e outros itens de higiene também são necessários. Quem quiser ajudar a comunidade pode entrar em contato com Izam através do número (96) 98412-2388 (Whatsapp).

Seles Nafes
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